Equilíbrio fiscal, boa infraestrutura e política de incentivos fiscais foram decisivos para projeto de implantação da Porto Alegre no Estado.
Foto: Divulgação

A empresa mineira Laticínios Porto Alegre inaugurou, no mês de julho deste ano, a primeira unidade fabril em Rio Novo do Sul, região sul do Espírito Santo. Especializada na produção de queijos, requeijão, leite longa vida, manteiga, entre outros produtos, a empresa conta agora com uma unidade com nove mil metros quadrados de área construída e realizou investimentos da ordem de R$ 60 milhões no Estado.

A nova fábrica gerou a criação de 100 vagas de emprego direto, além de estimular o desenvolvimento e a economia da região, por meio da ampliação da rede de produtores rurais, contratação de fornecedores de suprimentos e prestadores de serviços locais. A empresa recebe os incentivos tributários do Programa de Incentivo ao Investimento do Estado do Espírito Santo (Invest-ES).

O Invista no ES conversou com o presidente e fundador da Laticínios Porto Alegre, João Lúcio Carneiro, que citou os motivos que fizeram a empresa consolidar novos investimentos no Espírito Santo. Para ele, o Estado tem um ambiente de negócios atrativo e seguro. Confira:

Invista no ES – Como avalia o ambiente de negócios do Espírito Santo?

João Lúcio Carneiro – O Espírito Santo sempre foi um estado muito importante para a Laticínios Porto Alegre. Além da ótima receptividade que nossos produtos tiveram entre os capixabas, desde o início da distribuição no Estado, fatores como equilíbrio fiscal, boa infraestrutura e instrumentos de atração de investimentos também foram fatores levados em conta ao escolhermos o local da nossa nova unidade industrial.

Como foi o processo de decisão pela ampliação dos negócios a partir da nova unidade fabril em Rio Novo do Sul?

Para nós, sempre foi muito claro o potencial de crescimento da Laticínios Porto Alegre no Espírito Santo. Há anos, temos construído uma relação sólida, de respeito e confiança com varejistas e consumidores capixabas, além de centenas de produtores leiteiros que fazem parte de nossa rede de captação no Estado. Para fortalecer nossa presença e tornar nossa distribuição mais eficiente na região, concretizamos este importante projeto no Espírito Santo.

A escolha de Rio Novo do Sul para a fábrica se deve à localização privilegiada do município, situado às margens da BR-101. Com isso, conseguimos otimizar o processo de captação de leite e a distribuição de produtos para diferentes regiões, dentro e fora do Estado. A velocidade e flexibilidade são atributos essenciais em nossas operações e nos permitem atender com eficiência as empresas de atacado e varejo.

Sob a ótica do retorno para investimentos, como as operações, a partir do Estado, estão gerando mais competitividade para a empresa?

Além de garantir uma distribuição mais eficiente na região, a instalação da fábrica no Espírito Santo permitirá a realização de melhores negociações com supermercadistas locais e o nosso objetivo é que os produtos Porto Alegre cheguem às gôndolas com preços ainda mais competitivos e estejam ainda mais presentes no dia a dia das famílias capixabas.

Como foi o processo de regularização da empresa junto aos órgãos anuentes?

Contamos com o apoio de um corpo técnico altamente qualificado. O espírito de cooperação de todos os setores do Governo, além da disponibilidade e comunicação com a equipe multidisciplinar foram de fundamental importância para a agilidade, assertividade e transparência do processo de construção da unidade industrial de Rio Novo do Sul. Observamos uma sinergia muito grande entre todas as secretarias de Estado e órgãos ambientais. Encontramos um ambiente muito organizado, com processos simplificados que permitem celeridade nas ações tanto no aspecto tributário e fiscal, quanto no processo de abertura de novas empesas e também nos órgãos ambientais e infraestrutura. Destacamos também a atuação da ECO 101 e da equipe de mobilidade do Governo do Espírito Santo.

Quais as perspectivas para a economia nacional e local?

Temos expectativa de crescimento, principalmente no Espírito Santo. Nossa meta é produzir, inicialmente, cerca de 6 milhões de litros de leite/mês, com a planta atuando em sua capacidade máxima. Isso vai nos gerar um faturamento de R$ 15 a R$ 21 milhões, que fortalecerá os processos e a expansão, pensando somente nas contas de leite UHT. Outro ponto que deve ser observado e que contribuirá muito para o fortalecimento da economia local são as ações para fortalecimento da bacia leiteira. A Porto Alegre, desde a sua fundação, atua em parceria com os produtores de leite e quer implementar no Estado, com as secretarias de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, e de Inovação e Desenvolvimento, além do Bandes, ações de curto, médio e longo prazos para desenvolver programas de expansão, financiamento de tanques de resfriamento de leite e melhoramento genético/FIV. O programa LPA + Genética é um case de sucesso para melhoria da qualidade e quantidade do leite produzidos no campo. Queremos que o programa e outras ações sejam um ponto de apoio para a região sul do Espírito Santo.

As operações de distribuição, a partir do Estado, têm sido satisfatórias?

Sim. Começamos a operação em julho de 2021 e obtivemos resultados muito satisfatórios com a venda de mais de 4 milhões de litros de leite no mês produzidos no próprio Estado. Conseguimos abrir novas portas e introduzimos o leite em parceiros já consolidados no mercado. Conseguimos contratar transporte de qualidade e construir sólidas parcerias em tão pouco tempo de funcionamento. Vale a pena lembrar que, junto à planta de Rio Novo do Sul, foi construído um Centro de Distribuição que vai nos apoiar abastecimento dos demais produtos (queijos, cremes, iogurtes e outros) da companhia. Ao mesmo tempo, o Estado passa a ser a nossa rota, nossa ponte entre Minas Gerais e o Nordeste, especialmente o sul da Bahia. O Espírito Santo tem uma importância logística e tributária para acelerar esse processo no Nordeste. Para apoiar nesse processo, investimos no Estado cerca de R$ 1,5 milhão em ações de comunicação e marketing para apresentar toda linha de produtos e premiar os consumidores capixabas com 30 geladeiras recheadas de produtos. A campanha “Sabor dos 30” marca os 30 anos da Porto Alegre.

A empresa mantém ações sustentáveis em sua rotina de produção?

Sim. Um dos pilares mais importantes de atuação da Laticínios Porto Alegre é o compromisso com a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente. Por isso, em nossas unidades, realizamos o gerenciamento de recursos hídricos e resíduos sólidos, o controle de emissões atmosféricas, temos estações de tratamento de efluentes industriais, mantemos o cultivo de áreas de reflorestamento, entre outras ações.

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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