ESPMEXENGBRAIND
6 set 2025
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Produtora de Santa Fé aplicou práticas aprendidas na Nova Zelândia e obteve um salto produtivo: mais 5 litros de leite por vaca ao dia.
Da Nova Zelândia a Santa Fé: a receita que transformou uma fazenda leiteira argentina
Da Nova Zelândia à Argentina, uma receita para o crescimento do setor lácteo argentino

Da Nova Zelândia a Santa Fé | A experiência internacional pode mudar a forma como você encara uma profissão.

Foi o caso de María José Travaglino, uma jovem agricultora que passou seis anos trabalhando em fazendas leiteiras na Nova Zelândia e, ao retornar à Argentina, aplicou o conhecimento adquirido para melhorar a eficiência da fazenda de sua família em Cañada de Gómez, Santa Fé.

Os resultados foram surpreendentes: graças às técnicas de manejo e alimentação, cada vaca conseguiu produzir cinco litros adicionais de leite por dia. Em um rebanho com centenas de animais, essa diferença se traduz em milhares de litros a mais por mês, demonstrando o impacto da inovação aplicada ao setor leiteiro.

Travaglino disse que sua experiência na Oceania lhe permitiu entender a importância do manejo das pastagens, da organização dos turnos de ordenha e do planejamento do calendário reprodutivo.

“Lá, tudo é muito sistematizado; cada decisão é tomada com foco na eficiência e no bem-estar animal”, explicou. Ao aplicar essas práticas em sua própria fazenda, ela obteve uma melhora substancial na produtividade.

As práticas de manejo aprendidas na Nova Zelândia se concentraram no cuidado integral do rebanho, com rotinas que reduzem o estresse e melhoram a saúde das vacas. “Uma vaca mais calma e bem alimentada produz mais e melhor leite”, resume Travaglino. Essa abordagem holística criou um ciclo virtuoso que combina produtividade com sustentabilidade.

Outro aspecto fundamental foi a organização do trabalho em equipe. Inspirado pelas fazendas leiteiras da Nova Zelândia, o jovem agricultor implementou um sistema mais organizado de distribuição de tarefas e horários, o que melhorou tanto a eficiência quanto a qualidade de vida dos que trabalham no campo.

Essa perspectiva renovada não passou despercebida na comunidade rural, onde vizinhos e colegas destacam a energia e o comprometimento que ela trouxe para a região. O impacto de sua experiência, portanto, se estende além de sua própria fazenda: é uma semente de inovação que pode inspirar toda uma geração de produtores.

Em um país onde a produção leiteira enfrenta grandes desafios, histórias como a dela mostram que o futuro também pode ser escrito com otimismo.

A fazenda “La Canducha”, que ele administra com a família, tornou-se um exemplo de como o treinamento no exterior pode aprimorar as capacidades locais. “Não se trata de copiar tudo, mas sim de adaptar o que funciona em outro país à nossa realidade”, observou. Essa combinação de conhecimento global e experiência local faz a diferença.

A Nova Zelândia é reconhecida mundialmente como líder na produção leiteira, com um modelo baseado em pastejo intensivo e altos níveis de eficiência. Lá, a produção anual ultrapassa 20 bilhões de litros, grande parte dos quais exportados. Para produtores argentinos como Travaglino, trabalhar naquele contexto foi um aprendizado inestimável.

O impacto de seu retorno vai além dos litros adicionais por vaca. Na região, outros produtores começaram a se interessar pelas práticas que ele implementou, abrindo caminho para uma possível modernização coletiva. “Compartilhar o que aprendemos faz parte do desafio. Se o setor vai bem, todos nós vamos melhor”, refletiu.

A indústria leiteira argentina enfrenta uma situação complexa há anos. A volatilidade dos preços, os altos custos da ração e a carga tributária prejudicam a lucratividade. No entanto, a história de Travaglino mostra que o treinamento e a abertura para o mundo são ferramentas essenciais para superar esses obstáculos.

Além do aspecto técnico, sua experiência também marcou uma mudança na gestão. Trabalhar na Nova Zelândia a ajudou a incorporar rotinas de controle, registros detalhados e uma visão de negócios mais estratégica. “Uma fazenda leiteira não se resume apenas à produção de leite; é um negócio que deve ser planejado como tal”, afirmou.

O compromisso de Travaglino coincide com uma tendência global de profissionalização do setor. Cada vez mais jovens produtores viajam para o exterior para se capacitar e aplicar esse conhecimento em suas áreas. Nesse sentido, seu caso é inspirador para aqueles que veem a pecuária leiteira como uma oportunidade de crescimento e não apenas uma profissão herdada.

A contribuição de mulheres como ela também é significativa em uma atividade historicamente associada aos homens. Sua liderança à frente da “La Canducha” quebra estereótipos e reforça o papel das novas gerações na modernização da agricultura.

Com um presente promissor e um olhar para o futuro, Travaglino resume sua filosofia em uma frase simples: “Inovação não é um luxo, é uma necessidade”. E cada litro adicional de leite produzido por suas vacas é a melhor prova dessa afirmação.

Adaptado para eDairyNews, com informações de Agrofy News e supervisão da Redação.

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