ESPMEXENGBRAIND
3 out 2025
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María Branyas tinha um iogurte favorito que consumia todos os dias. Após sua morte, o hábito chamou atenção: qual a relação com sua longevidade?
María Branyas Morera, referência mundial em longevidade, manteve durante décadas o hábito de consumir diariamente o mesmo iogurte da mesma marca.
María Branyas Morera, referência mundial em longevidade, manteve durante décadas o hábito de consumir diariamente o mesmo iogurte da mesma marca.

María Branyas Morera faleceu em 2024, aos 117 anos, sendo reconhecida como uma das mulheres mais longevas do mundo. Porém, além da sua impressionante idade, um detalhe despertou curiosidade: durante décadas, ela manteve o hábito de consumir diariamente o mesmo iogurte da marca La Fageda, produzido na região da Catalunha, na Espanha.

A rotina simples, repetida com disciplina, gerou perguntas entre especialistas e consumidores: teria esse iogurte algum papel em sua notável saúde intestinal e, de forma indireta, em sua longevidade?

Um iogurte constante na rotina

María tinha uma relação quase ritual com o iogurte. Por muitos anos, ela consumia não apenas um, mas três potes por dia do mesmo produto. A marca La Fageda produz seus iogurtes a partir de fermentação que preserva bactérias vivas até o fim do prazo de validade, característica que pode ter influenciado positivamente a microbiota intestinal da supercentenária.

A revelação de que esse era o alimento favorito de María gerou repercussão internacional. Depois que a história veio a público, a empresa passou a receber contatos de pessoas em diferentes países, interessadas em conhecer o produto que fazia parte da rotina da mulher mais velha da Espanha.

Microbiota “quase jovem”

Após sua morte, pesquisadores tiveram acesso a exames que revelaram algo surpreendente: apesar da idade avançada, a microbiota intestinal de María apresentava características semelhantes às de uma pessoa jovem. Havia uma abundância de bactérias consideradas benéficas, geralmente em declínio com o envelhecimento.

Esse equilíbrio intestinal foi associado a menor inflamação, melhor saúde metabólica e resistência a doenças crônicas. Para os cientistas, o consumo regular de iogurte pode ter ajudado a preservar esse cenário, ainda que não seja o único fator explicativo.

Mais do que um alimento

Especialistas destacam que, embora o iogurte possa ter contribuído, a longevidade de María também está ligada a outros fatores:

  • Genética favorável: ela possuía genes associados à proteção contra doenças cardiovasculares, metabólicas e neurodegenerativas.

  • Inflamação baixa: exames mostraram que seus níveis inflamatórios eram reduzidos, algo raro para a idade.

  • Sistema imunológico ativo: mesmo aos 117 anos, seu organismo mantinha defesas eficientes.

  • Estilo de vida saudável: María nunca fumou, não consumia álcool, seguia uma dieta equilibrada, caminhava diariamente e cultivava vínculos sociais.

Em análises celulares, alguns tecidos chegaram a apresentar um comportamento equivalente ao de pessoas até 17 anos mais jovens que sua idade cronológica.

O estudo científico

A análise do caso foi conduzida pelo Instituto Josep Carreras, sob liderança do pesquisador Manel Esteller. Ele destacou que entender os fatores que mantiveram a microbiota de María “rejuvenescida” pode abrir caminho para novas estratégias terapêuticas em saúde.

Ainda assim, Esteller reforça que se trata de um caso único e que a ciência precisa de mais evidências para confirmar relações diretas entre consumo de iogurte, microbiota e longevidade extrema.

Reflexões e cautelas

A história de María Branyas inspirou muitas especulações: seria possível que um simples iogurte ajudasse a prolongar a vida? Embora fascinante, os cientistas pedem cautela. A longevidade é resultado de um conjunto de fatores — genética, hábitos, ambiente e, possivelmente, alguns alimentos que apoiam o equilíbrio intestinal.

O iogurte, no caso de María, pode ter funcionado como um aliado natural da microbiota, mas não deve ser visto como solução isolada.

Conclusão

A vida de María Branyas mostra como escolhas simples, como manter um alimento diário, podem estar associadas a um quadro de saúde impressionante. Porém, sua longevidade foi fruto de uma soma de elementos: genes, estilo de vida e talvez a presença constante de bactérias benéficas no intestino.

O caso reforça a importância de valorizar a alimentação equilibrada e de entender o intestino como peça-chave na manutenção da saúde ao longo dos anos.

Adaptado para eDairyNews, com informações de Terra

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