O faturamento das dez maiores empresas de Goiás totalizou impressionantes R$ 45,4 bilhões em 2024, evidenciando a força econômica do estado no cenário nacional. Segundo o levantamento publicado no ranking EXAME Melhores & Maiores, que analisou as 1.000 principais companhias brasileiras com base em indicadores contábeis e financeiros, como liquidez, retorno patrimonial e alavancagem, o estado se destaca por abrigar grandes players nacionais.
No topo da lista aparece a Comigo Cooperativa Agroindustrial, sediada em Rio Verde (GO) e referência na produção de óleo e farinha de soja, com faturamento de R$ 11,2 bilhões em 2024. Em segundo lugar, figura a Laticínios Bela Vista — dona da marca Piracanjuba — que registrou receita líquida de R$ 9,4 bilhões. A seguir, em terceiro, está a Caramuru Alimentos S.A., também de Rio Verde, com R$ 7,27 bilhões em faturamento.
Esses dados reforçam o protagonismo do agronegócio e do setor lácteo/goiano no panorama econômico brasileiro. Vale destacar que o conjunto das 1.000 maiores empresas do país somou receita líquida de R$ 9,7 trilhões em 2024, um crescimento de 7,9% em relação ao ano anterior, número que se aproxima do Produto Interno Bruto brasileiro no mesmo período (R$ 11,7 trilhões).
Destaques regionais e setores
A presença de duas empresas ligadas ao setor de laticínios — Bela Vista/Piracanjuba e Caramuru Alimentos — entre as três maiores de Goiás mostra a pujança da cadeia produtiva láctea no estado. Em termos de faturamento estadual, os três primeiros nomes (Comigo, Bela Vista e Caramuru) representam juntos quase R$ 27 bilhões, ou seja, cerca de 60% do total dos dez maiores de Goiás.
Outros destaques do ranking incluem:
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Saneago (serviços de água e saneamento): R$ 3,85 bilhões.
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Unimed Goiânia (saúde suplementar): R$ 2,385 bilhões.
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Kingspan Insulated Panels (Br) (indústria de painéis isolados): R$ 2,041 bilhões.
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Jalles Machado (energia e açúcar): R$ 1,909 bilhões.
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Boa Safra S.A. (agroindustrial): R$ 1,841 bilhões.
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Rumo Malha Central S.A. (logística ferroviária): R$ 1,785 bilhões.
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SSA S.A. (energia): R$ 3,657 bilhões.
Contexto e implicações para o setor lácteo
Para o setor de lácteos, o fato de a Laticínios Bela Vista/Piracanjuba liderar o ranking é especialmente significativo. Revela que essa cadeia adiciona forte valor à economia do estado, e que sua escala de faturamento já compete em nível nacional. Isso abre oportunidades de ampliação de mercados, parcerias e investimento em inovação, além de sinalizar para fornecedores e indústrias de insumos que o estado de Goiás se torna cada vez mais relevante como polo de desenvolvimento.
Além disso, o faturamento da Comigo, de mais de R$ 11 bilhões, mostra que o agronegócio (inclusive os derivados da soja) ainda continua como motor econômico importante.
Desafios e oportunidades
Embora o levantamento demonstre vigor, o setor produtivo goiano não está isento de desafios: pressão de custos, logística para escoamento, câmbio, busca por produtividade, e competição global se mantêm no radar. Para as empresas do segmento lácteo, manter o ritmo de faturamento exigirá investimento em tecnologia, sustentabilidade e integração de cadeias, além de olhar atento para demandas internacionais.
Para as empresas médias ou menores que atuam no mercado lácteo, o ranking oferece um parâmetro importante: se as grandes atingem cifras de bilhões, há espaço para nichos especializados, diferenciação e certificações que podem permitir crescer em valor agregado, mesmo sem escalar à mesma magnitude.
Conclusão
O levantamento das 10 maiores empresas de Goiás revela claramente que o faturamento conjunto ultrapassa R$ 45 bilhões, com destaque para o setor lácteo e agroindustrial. Esse cenário não apenas consolida o estado como um player relevante no Brasil, mas também sinaliza para quem atua no setor lácteo que Goiás pode ser uma plataforma estratégica de crescimento. Para o público do eDairyNews Brasil, fica o alerta: atenção ao mercado goiano — tanto em oportunidades quanto em desafios.
Escrito para o eDairyNews, com informações de Mais Goiás






