A palavra-chave queijos finos define o novo momento da cadeia láctea brasileira. No Oeste do Paraná, o projeto Queijos Finos do Biopark transforma o leite de pequenos produtores em iguarias premiadas — e coloca o Brasil na rota dos maiores concursos do mundo.
Entre os dias 13 e 15 de novembro, Berna, capital da Suíça, sediará o World Cheese Awards 2025 — o mais prestigiado concurso de queijos do planeta, com mais de 5 mil amostras de 50 países. Pela primeira vez, o Brasil chega à disputa com chances reais de figurar entre os melhores do mundo, graças a um trabalho de inovação, capacitação rural e ciência aplicada desenvolvido no Biopark Educação, em Toledo (PR).
Criado há seis anos, o laboratório de Queijos Finos do Biopark soma 69 medalhas em premiações nacionais e internacionais, consolidando-se como referência de excelência e inspiração para políticas públicas de desenvolvimento rural. Três novos queijos inéditos representarão o país na Suíça — todos criados com base em tecnologia e identidade sensorial brasileiras.
“Os produtores recebem suporte técnico integral e gratuito, desde a qualidade do leite até a produção dos queijos, com monitoramento contínuo dos padrões”, explica Kennidy de Bortoli, pesquisador do Biopark Educação.
Segundo Carolina Trombini, gerente de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, o projeto também orienta investimentos em infraestrutura, equipamentos e gestão. “É um acompanhamento completo, com encontros bimestrais sobre marketing digital, vendas, abertura de novos mercados e boas práticas de fabricação”, afirma.
🧬 Tradição com tecnologia
O projeto nasceu de uma coalizão estratégica entre o Biopark, o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), o Sebrae/PR, o Sistema Faep/Senar e a Prefeitura de Toledo. Juntas, essas instituições promovem inovação, qualificação técnica e valorização da produção local. O foco é transformar a cadeia leiteira — setor em que o Paraná ocupa posição de destaque nacional — por meio da diferenciação de mercado e do fortalecimento do terroir paranaense.
Cada produtor participante recebe diagnóstico técnico personalizado e recomendações de tecnologia queijeira conforme o perfil do seu leite. O resultado é um ecossistema competitivo, que estimula diversidade de sabores e o surgimento de uma Rota de Queijos Finos no Oeste do estado.
🏅 Resultados e expansão
Em 2024, o queijo maturado Passionata, produzido pela Queijaria Flor da Terra com tecnologia do Biopark, foi eleito o melhor da América Latina e o 9.º melhor do mundo no World Cheese Awards. Em 2025, três novas criações concorrem ao pódio suíço:
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Guarandu, com aroma natural de guaraná;
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Garoa Tropical, elaborado com fruta cítrica na coagulação;
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Florescer, de casca lavada e coloração marcante.
Essas combinações entre identidade brasileira e sofisticação europeia atraem o interesse de importadores e chefs internacionais.
Atualmente, o projeto reúne 27 produtores integrados e 26 tipos de queijos no mercado, com expansão estadual em curso e apoio do governo do Paraná.
“Criamos um modelo escalável, com baixa barreira de entrada, retorno rápido e forte apelo de marca. É uma política integrada de desenvolvimento rural e inovação”, resume Carmen Donaduzzi, idealizadora do Biopark.
Escrito para o eDairyNews, com informações do Segs






