Rabobank – A produção dos chamados “big7” exportadores continuou fraca nos últimos 3 meses de 2018, de acordo com o Rabobank. De acordo com o último relatório “Dairy Quarterly Q4 2018” do Rabobank, o crescimento da oferta de leite nos Estados Unidos, União Europeia, Nova Zelândia, Austrália, Brasil, Argentina e Uruguai (big7) continuou fraco no final de 2018.
Ainda há crescimento em alguns países
As razões são diferentes para isso. Na Austrália, os efeitos prolongados da Mão Natureza afetaram severamente a produção de leite no segundo semestre de 2018. Os Estados Unidos apresentaram o menor crescimento de 2013. O Brasil, no entanto, mostrou algum crescimento, como resultado do menor custo de produção e maior preço do leite ao produtor.
Os produtores de leite da Argentina superaram os custos inflacionários e recuperam-se dos baixos volumes registrados nos últimos dois anos. A Nova Zelândia estabeleceu um novo recorde no período de pico, em outubro. Mas, ainda assim, a produção conjunta do big7 cresceu apenas 0,6%.
O relatório faz um resumo por região dos efeitos de 2018 e o qual a expectativa para 2019.
União Europeia
Os efeitos persistentes da seca no Norte da Europa Ocidental e a disponibilidade limitada de silagem de qualidade, o abate de animais de leite foi mais elevado no segundo semestre de 2018, limitando o potencial de produção de leite no primeiro trimestre de 2019, e haverá um impacto nas margens dos produtores de leite. O Rabobank espera que o crescimento do consumo de leite na UE permaneça em um ritmo estável de 1% em 2019.
Estados Unidos
Uma redução de quase 25% nas margens contribuiu para que o crescimento da produção de leite nos Estados Unidos caísse para apenas 1% em 2018, o menor crescimento na comparação anual, desde 2013. A expectativa para 2019 também é moderada, uma vez que é improvável que as margens cresçam antes do segundo trimestre de 2019. Os EUA precisam do apoio decisivo das exportações, para compensar qualquer enfraquecimento da demanda doméstica.
Nova Zelândia
A produção total da temporada até o segundo trimestre de 2019 foi reajustada para 4,5%, com base nas condições sazonais favoráveis até o momento, com abundância de alimentação suplementar. No entanto, com a concorrência mais forte de outros usos da terra, juntamente com as restrições sobre o uso continuado de recursos, a desaceleração no crescimento da produção de leite na Nova Zelândia deverá ser evidente em 2019 e 2020.
China
O Rabobank prevê crescimento das importações chinesas, podendo atingir 2 dígitos em 2019. No entanto as perspectivas de crescimento econômico da China colocam muitas incertezas sobre o crescimento da demanda de lácteos e produção de leite, em um momento em que os custos de produção estão subindo, em decorrência do aumento nos preços da alimentação animal, provocado pela guerra comercial com os Estados Unidos.
Índia
O governo indiano aumentou em 20% os subsídios às exportações para reduzir os excedentes de leite em pó desnatado. A estimativa do Rabobank é que a produção de leite na temporada atual (2018/19, abril-março) permaneça inalterada e pode ultrapassar 180 milhões de toneladas. A Fonterra anunciou que entrará novamente no setor lácteo indiano, e o lançamentos de produtos são esperados em 2019.
América do Sul
A produção de leite cresceu na Argentina, Brasil e Uruguai no último trimestre de 2018, e os produtores começaram 2019 melhor posicionados do que no início de 2018. A demanda permanecerá moderada na Argentina, mas, uma recuperação gradual é esperada no Brasil, com recuperação das importações. Porém, os preços agrícolas para os produtores de leite brasileiro começaram mais elevados em 2019, quando comparados com o início de 2018.
Austrália
As margens dos produtores de leite continuam sob pressão em 2019, sem nenhum alívio nos elevados custos dos insumos. A produção de leite continuará nos baixos níveis de 2018. O excedente exportável da Austrália continuará baixo. No entanto, no início da nova safra a tendência é de que a queda na produção de leite seja invertida.