No fim de semana, o secretário de Recursos Hídricos, Francisco Teixeira, levou sua equipe para conhecer, na Chapada do Apodi, o que pode ser definido como uma revolução na agropecuária do Ceará: o projeto de cultivo de palma e de sorgo boliviano e seu armazenamento em silos-trincheiras, cavados no chão. O projeto – desenvolvido pela empresa Agrícola Silagem em parceria com a fazenda Flor da Serra, do empresário Luiz Girão, e com a Agrícola Famosa – tem garantido, nos últimos quatro anos, a alimentação do rebanho bovino leiteiro do Ceará, do Rio Grande do Norte e da Paraíba. O secretário Teixeira gostou do que viu: “Primeiro, o projeto revela o uso eficiente da água, produzindo-se cada vez mais forragem com cada vez menos água. Segundo, a criatividade e o uso da tecnologia estão unidos, permitindo que uma cadeia produtiva importante sobreviva em época de escassez hídrica, como a que enfrentamos há sete anos no Ceará”, explica ele. Resumindo: o plantado e colhido neste semestre é guardado agora pela Agrícola Silagem para garantir a comida do gado no segundo semestre, a época de estio. Em tempo: só nas terras da fazenda Flor da Serra, de Luiz Girão, já estão ensiladas 20 mil toneladas de capim gigante e palma forrageira, de que se alimentará o seu rebanho leiteiro a partir de setembro. Girão é o segundo maior produtor de leite bovino do Ceará – o primeiro é o Grupo Edson Queiroz. Os agropecuaristas cearenses sabem tirar leite de pedra, principalmente quando se unem em torno de um objetivo, como acontece agora.