A China habilitou 24 estabelecimentos brasileiros para exportação de produtos lácteos, com destaque para as cooperativas CCGL, de Cruz Alta, Dália Alimentos (Encantado) e Cosulati (Capão do Leão).
A certificação estava acordada com o país asiático desde 2007, mas não havia nenhuma planta brasileira habilitada a exportar. Os chineses são os maiores importadores do mundo de lácteos.
Entre os produtos que poderão ser vendidos estão leite em pó, queijos e leite condensado. Com a abertura do mercado chinês, a Viva Lácteos – Associação Brasileira de Laticínios estima exportar US$ 4,5 milhões em produtos lácteos.
Em 2018, os chineses importaram, por exemplo, 108 mil toneladas em queijos, com um crescimento médio anual de 13% nos últimos cinco anos.
O setor lácteo brasileiro exportou, no ano passado, para mais de 50 destinos.
Segundo o General Administration of Customs (China), a lista dos estabelecimentos habilitados inclui seis plantas industriais no Rio Grande do Sul. Entre elas, a Cooperativa Central Gaúcha Ltda (CCGL) está habilitada a exportar leite em pó e creme de leite, enquanto a Cooperativa Dália Alimentos e a Cosulati estão credenciadas a exportar leite em pó.
A Cooperativa Dália Alimentos possui um Complexo Lácteo em Palmas, no município de Arroio do Meio, às margens da ERS-130.
De acordo com o presidente executivo da Cooperativa, Carlos Alberto de Figueiredo Freitas, é preciso que o País se apresente de forma competitiva em relação ao mercado internacional e isso significa dispor de um produto de qualidade e com custo compatível.
“A indústria e os produtores, ao longo do tempo, vêm trabalhando para a redução dos custos de produção, mas o governo também precisa atuar, especialmente em relação à redução da carga tributária, tanto sobre os insumos quanto sobre o produto final, além de introduzir soluções para os problemas de infraestrutura”.
“Independente de tudo, a abertura do mercado chinês para os produtos lácteos brasileiros é a melhor notícia dos últimos anos e a Cooperativa Dália Alimentos está apta e preparada para essa oportunidade”, afirma Freitas.
Para o presidente do Conselho de Administração da Dália Alimentos, Gilberto Antônio Piccinini, a notícia foi recebida com entusiasmo e, ao mesmo tempo, surpresa. “Possuímos uma planta de lácteos moderna e com habilitação para vários países. Contudo, precisamos entender que se trata apenas de uma possibilidade e que longas etapas deverão ocorrer até que, de fato, a exportação do leite em pó venha a ocorrer. Certamente serão realizadas missões chinesas para visitação à indústria. A notícia é recente, mas acreditamos ser uma oportunidade para a abertura de novos mercados. Como produtores de leite e como cooperativa, estamos felizes. Mas trata-se de um longo caminho a percorrer”, complementa Piccinini.