O mercado brasileiro de milho mudou e cada vez mais essa cultura vai deixar de ser o “primo pobre” da soja para ganhar relevância no planejamento produtivo dos agricultores brasileiros. Essa é a opinião do analista e médico veterinário Leandro Bovo, sócio diretor da Radar Investimentos, que assina artigo sobre o tema divulgado recentemente pelo site da Scot Consultoria.
O milho é o principal ingrediente utilizado nas dietas para engorda de bovinos no Brasil. Segundo Bovo, a “internacionalização dos preços do milho traz maior volatilidade ao mercado do grão e os usuários do insumo terão que se adaptar a essa nova realidade”. “Não haverá mais ‘molezinha’ de preços extremamente baratos como ocorreu algumas vezes no passado”, observa o analista.
Em seu artigo, o sócio da Radar diz que, a evolução dos preços internos do milho em plena safra recorde do grão no Brasil “evidencia de forma muito clara as mudanças estruturais que o mercado do grão vem passando ao longo dos anos”, diz ele, referindo-se ao crescente processo de internacionalização dessa commodity e à evolução das condições de armazenagem e escoamento da produção.
“Com o crescimento das exportações e o Brasil ganhando relevância como importante fornecedor de milho no mercado internacional, a precificação do cereal passou a depender cada vez menos das condições locais de oferta e demanda e, a exemplo da soja, passou a ter as condições globais como um vetor determinante na precificação”, relata.
Dessa forma, continua Bovo, choques de oferta no milho americano, por exemplo, se refletem quase que imediatamente aqui, mesmo com ampla oferta disponível, como atualmente.
Ontem (13/8), em pleno período de oferta abundante da safra, o milho fechou a R$ 36,50 a saca de 60 quilos, com valorização mensal de 1%, segundo dados do Cepea.