Foi esta segunda-feira (11 de novembro) apresentado, em Ponta Delgada, nos Açores, o leite Nova Açores Pastagem, da Unileite – União das Cooperativas Agrícolas de Lacticínios da Ilha de São Miguel.

O leite chega esta semana aos lineares em quatro referências – Leite Meio Gordo, Meio Gordo Sem Lactose, Magro e Magro Sem Lactose –, mas em breve deverá começar a ser matéria-prima também para manteiga e queijo de pastagem.

Para já, existem cerca de 130 explorações agropecuárias certificadas pela Unileite para produzir este produto que devem garantir a sua rastreabilidade, boas práticas ambientais, normas de bem-estar animal e 365 dias de pastagem por ano na alimentação dos animais, com a união de cooperativas a prever que a produção possa chegar aos 56 milhões de litros de leite por ano.

De acordo com Pedro Tavares, presidente do conselho de administração da Unileite, para chegar aqui foram precisos dois anos de trabalho, com a APCER, que terá a missão de certificar as explorações leiteiras fornecedoras deste novo leite de pastagem.

Em declarações aos jornalistas, Pedro Tavares afirmou que não sabe precisar todo o investimento feito neste lançamento, mas revela que nos últimos quatro anos a Unileite investiu cerca de 14 milhões de euros nas suas infraestruturas. A longo prazo, o objetivo é que todo o leite que sai da Unileite seja de pastagem, mas para já o responsável diz que a união de cooperativas está a trabalhar em duas outras novas referências de leite: leite enriquecido com iodo, uma referência que é possível obter de forma natural graças às condições edafoclimáticas da região, e leite biológico.

Atualmente, a Unileite produz 200 milhões de litros de leite por ano, 48% de todo o leite produzido em São Miguel, 32% da produção dos Açores e 11% de todo o leite produzido em Portugal.

“Um valor patrimonial da região dos Açores

O leite de pastagem açoriano é, de acordo com António Pedro Escabeche, diretor geral da Unileite, “um valor patrimonial da região dos Açores”e cujo modo de produção é apenas replicado em países como a Irlanda e a Nova Zelândia.

Já Pedro Tavares acredita que existe oportunidade na diferenciação e diz que “a distribuição tem de valorizar o leite de pastagem agora lançado. É preciso pagar um valor justo pelo produto”.

Recorde-se que em julho deste ano, o secretário regional da Agricultura e Florestas açoriano, João Ponte, defendeu que o processo de certificação do leite de pastagem nos Açores tenha requisitos mínimos comuns a todos os operadores, uma medida para valorizar os produtos lácteos regionais. “Numa perspetiva de valorização e credibilidade, especialmente no que toca aos mercados mais exigentes, estamos convictos que um processo de certificação oficial relativamente ao Leite de Pastagem trará claras vantagens para todos os operadores na Região, elevando os níveis da integridade do leite produzido à base de pastagem, aos consumidores e aos clientes das indústrias”, sublinhou João Ponte.

“É fundamental que saibamos aproveitar o que nos diferencia e as novas oportunidades dos mercados, com particular destaque para a procura por produtos à base de leite de pastagem, mais próximos da Natureza, onde os Açores têm condições inigualáveis para a produção de leite diferenciado”, afirmou João Ponte.

Esta é uma posição também defendida por Vasco Cordeiro, presidente do Governo Regional dos Açores, que durante a apresentação do leite Nova Açores Pastagem defendeu que “temos de fazer sempre mais e melhor, temos de buscar esse fator de diferenciação porque a palavra Açores faz a diferenciação e a valorização. Tem de ter repercussões económicas, tem de representar valor para toda a fileira do leite e rendimento para os agricultores”.

Companhia do interior de São Paulo deve faturar mais de R$ 1 bilhão e descarta boatos de venda; mirando um eventual IPO, o plano é crescer com M&As, com dois negócios já no gatilho.

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