Contaminantes no leite
A segurança alimentar é um fator crítico na indústria de alimentos, principalmente no setor de laticínios.
Infecções nos animais podem transmitir organismos prejudiciais para o leite, e substâncias químicas, como antibióticos ou pesticidas, podem contaminar o produto por meio das pastagens ou como resultado do controle inadequado dos equipamentos e instalações de armazenamento.
Quando o leite de uma propriedade está contaminado, toda a carga precisa ser destruída, com grandes perdas para todos, agricultores e laticínios.
Para evitar esses prejuízos, 12 parceiros de sete países europeus juntaram-se no projeto MOLOKO (sigla em inglês para Sensor óptico plasmônico multiplex para detecção on-line de contaminantes no leite) para criar um teste rápido e barato para identificar fatores de qualidade no leite antes que ele seja coletado na propriedade.
Em um exame com duração de cerca de cinco minutos, o novo sensor optoplasmônico analisa o produto para um total de seis substâncias, fornecendo uma verificação suplementar e um sistema de alerta na cadeia de suprimentos, muito antes de o leite ser bombeado para o tanque do caminhão.
Sensor de qualidade do leite
O sensor é funcionalizado com receptores para anticorpos específicos que servem como indicadores de vários parâmetros de qualidade e segurança para o leite. Isso permitirá que as fazendas leiteiras realizem análises quantitativas automatizadas no local.
“O aspecto único do nosso chip é que ele pode ser reutilizado,” explica Andreas Morschhauser, pesquisador do Instituto de Sistemas Nanoeletrônicos (Alemanha). “As moléculas alvo são retiradas dos anticorpos imobilizados por um tampão regenerador. Isso significa que os anticorpos podem ser reutilizados para testes adicionais”.
De fato, a vida útil estimada do chip é de 100 ciclos de teste.
O objetivo é usar esse biossensor em vários pontos da cadeia de valor – tanto como dispositivo de laboratório quanto diretamente instalado em equipamentos de laticínios.
Além disso, a tecnologia também será útil para testar a qualidade de líquidos que não sejam o leite, como cerveja ou água. O único ajuste necessário é uma modificação nas moléculas de captura imobilizadas e no tampão de reação, adequadamente modificados para a finalidade em questão.