Estudo contratado pela Epagri aponta que é extremamente viável a instalação de uma indústria na região

Estudo contratado pela Epagri aponta que é extremamente viável a instalação de uma indústria na região

Noventa por cento do leite produzido na região de Canoinhas vão para outras regiões do Estado, com destaque para o oeste. É o que aponta o engenheiro agrônomo Waldemiro Sudoski, coordenador regional do Planorte Leite, projeto desenvolvido há cinco anos pela Epagri de Canoinhas, em apresentação nesta segunda-feira, 9, na Câmara de Vereadores de Canoinhas. Segundo ele, são cerca de 400 mil litros de leite que saem diariamente de Canoinhas para serem processados a distâncias de até 400 quilômetros da região, como é o caso das processadoras de Chapecó e do oeste do Paraná. “Isso tem um custo elevado e quem paga é o produtor”, reflete.

Criado em 2014, o Planorte Leite estimulou a produção de leite na região, tanto que no início do programa eram produzidos 240 mil litros de leite por dia, praticamente metade do que se produz hoje. “Nossa região produz hoje, segundo o próprio Ministério da Agricultura, um dos três melhores leites do Estado. Por isso a indústria vem buscar o leite aqui e leva para tão longe.” Pensando nisso, a Epagri está fomentando a criação de uma agroindústria na região. Consultoria contratada pela estatal apontou como extremamente viável a implementação da agroindústria.

 

 

Waldemiro Sudoski na Câmara/Biluka/Divulgação

Um grupo gestor foi criado para estudar qual a melhor forma de implementação da agroindústria. Uma série de reuniões já aconteceu em municípios da região de Canoinhas. Bancos de fomento foram contatados para financiar o projeto. Para todas as 10 prefeituras da Amplanorte foi entregue uma carta solicitando manifestação de interesse em sediar a agroindústria. Canoinhas foi um dos municípios que demonstrou maior interesse, seguido de Papanduva e Monte Castelo. Os demais não demonstraram interesse.

“Esse projeto vai mexer com a estrutura da comercialização de leite na região”, afirma Sudoski. Tanto é que, segundo ele, “estão amedrontando as famílias, falando coisas que não são verdade e desencorajando as pessoas”, explica se referindo a pressão das empresas que hoje compram o leite produzido aqui.

AGRICULTURA FAMILIAR

O modelo a ser adotado pela agroindústria será de cooperativa da agricultura familiar, “porque o foco do mercado é para a merenda escolar, mercado totalmente aberto para a nossa região, além do litoral norte catarinense”, explica Sudoski.

Como uma cooperativa nova precisa de um ano para se formalizar, a opção foi buscar uma das cooperativas que já existe, neste caso, a Cooperativa dos produtores de leite de Monte Castelo (Cooperleite). Hoje o projeto está dentro dessa cooperativa, mas isso não quer dizer que a sede vai ficar em Monte Castelo. A cooperativa foi escolhida por ser pequena, com apenas 29 sócios e com as contas em dia. “O projeto vai simplesmente se ocupar do CNPJ”, afirma Sudoski.

A agroindústria deve processar 50 mil litros de leite por dia, 15% do total produzido na região. O custo estimado do investimento seria de R$ 7,8 milhões. A Cresol já se manifestou interessada em financiar o projeto. A busca agora é por pelo menos 150 sócios para começar a colocar em prática o projeto.

A cadeia produtiva deve ser diversificada em leite longa vida, pasteurizado, queijo, iogurte, bebida láctea, manteiga, creme de leite e doce de leite. “O mercado vai direcionar os produtos que serão mais adequados a serem produzidos”, explica. “O grande desafio é tornar o produto como uma referência regional”, complementa frisando ser um investimento altamente rentável. O lucro estimado é de 30% sobre o investido com retorno do capital investido em torno de 4 anos a 4 anos e meio.

SEDE

Estão na disputa para sediar a agroindústria os Municípios de Canoinhas, Monte Castelo e Papanduva. Todos apresentaram áreas para a instalação, mas foram solicitados 14 itens como instalação de água e luz e terraplanagem. Papanduva foi praticamente descartada por oferecer apenas oito destes itens. Canoinhas e Monte Castelo assumiram compromisso com os 14 pedidos. “Não há nada definido. A consultoria deve indicar o melhor local, mas Canoinhas sai em vantagem porque apresentou uma área que já é da prefeitura, Monte Castelo teria de desapropriar. Canoinhas se favorece no ponto da logística, por estar mais bem localizada que Monte Castelo”, explica Sudoski.

“Se esse projeto errar, dificilmente tão cedo teremos uma iniciativa desse porte”, comentou o vereador Wilmar Sudoski (PSD).

A expectativa é de que em março seja definida a sede da agroindústria.

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