O pecuarista de leite continua gastando mais para produzir. Pelo terceiro mês consecutivo, os custos de produção da pecuária leiteira registram alta. Em novembro, na “média Brasil” do Cepea, o Custo Operacional Efetivo (COE), que considera os gastos correntes das propriedades, subiu 0,60% frente a outubro/19, e o Custo Operacional Total (COT), que engloba o COE, o pró-labore e as depreciações, 0,61%.
Os números constam do Boletim do Leite de dezembro do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, divulgado nesta terça-feira 17. A “média Brasil” do Cepea é apurada levando em conta os dados dos estados da BA, GO, MG, SP, PR, SC e RS).
Segundo o Cepea, o cenário de alta dos custos de produção do pecuarista de leite deve-se, mais uma vez, ao aumento nos preços dos alimentos concentrados, que se elevaram em 0,26% de outubro para novembro, impulsionados pelo movimento altista das cotações de milho e de soja.
O aumento nas cotações desses grãos esteve diretamente relacionado ao bom desempenho das exportações, à demanda aquecida no mercado interno e à retração de vendedores, de acordo com o Cepea.
Adubos e corretivos
Além disso, assinala o centro de estudos da USP, o incremento de 1,72% nos custos com adubos e corretivos também prejudicou a rentabilidade do pecuarista em novembro. Entre os estados pesquisados, o Paraná foi o que registrou a alta mais expressiva, de 9,17%. O resultado é reflexo da maior demanda por esses insumos, devido à reforma e à manutenção das pastagens, que se iniciaram com o retorno das chuvas nas regiões produtoras.
O Cepea ressalta ainda que o preço do leite em novembro teve queda de 1,04% em comparação com o mês anterior, cenário que limitou o aumento das margens e prejudicou a relação de troca. No mês passado, foram necessários 76,40 litros de leite para adquirir uma saca de 50 kg de ureia agrícola, 4,85% a mais que em outubro/19. No entanto, no comparativo com novembro do ano passado, o poder de compra do produtor aumentou 3,29%.