Segundo Cepea, alta acumulada na indústria em maio foi de 15,4% para o leite longa vida e de 16% para o queijo muçarela.
A baixa oferta de leite resultou em preços mais altos nos laticínios para alimentos derivados em maio, como o próprio leite e o queijo muçarela, segundo relatório do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP) divulgado nesta sexta-feira (19/6).
Entre os dias 4 e 29 do mês passado, a alta acumulada na indústria foi de 15,4% para o leite UHT e de 16% no caso da muçarela. Isso fez o preço do litro de leite chegar a R$ 2,70 e o do queijo a R$ 18,11 por quilo.
“A baixa oferta de matéria-prima, devido ao período de entressafra, pressionou a produção de leite UHT e muçarela nos laticínios, reduzindo os volumes estocados e a disponibilidade dos derivados”, diz o Cepea, em acompanhamento realizado junto com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).
Na “Média Brasil” líquida no último mês, referente à captação do mês anterior, a cotação atingiu R$ 1,3783 por litro, recuo de 4,7% sobre abril e de 10,8% em relação a maio do ano passado. No acumulado dos últimos 12 meses, a captação aumentou 1,15%.
“No entanto, o avanço da entressafra da produção no Sudeste e Centro-Oeste, a estiagem no Sul e a consequente menor oferta de leite no campo devem elevar as cotações aos produtores em junho, recuperando a queda observada em maio”, estima o Cepea.
Disputa na indústria
A menor disponibilidade de leite no campo também teve outro efeito: o acirramento da competição entre os laticínios para a compra de matéria-prima. O Cepea aponta que o preço médio mensal do leite spot em Minas Gerais foi 6,7% maior em maio, em termos nominais, na comparação com abril.
“A menor oferta de matéria-prima no mês passado, por sua vez, intensificou a redução dos estoques de UHT, muçarela e leite em pó – que, vale lembrar, já vinham limitados, devido à menor produção em abril, por conta das incertezas geradas pela pandemia”, diz o relatório.
Por outro lado, a maior demanda por lácteos também contribuiu para aumentar os preços no último mês, contribuindo para uma recuperação sobre abril. “Os estoques de UHT e muçarela seguiram limitados, o que resultou em altas acumuladas de 11,7% e de 13,4% nas cotações, respectivamente”, informou o Cepea.