Múlti francesa quer fazer do Brasil um polo de embarques para as Américas do Sul e Central.
A Lactalis do Brasil, braço da gigante francesa de lácteos, quer fazer do país um hub para exportação seus produtos para países das Américas do Sul e Central. A companhia, responsável pela produção das marcas Elegê, Parmalat e Président, encerrou o ano passado com aumento de quase 170% no volume de embarques a partir do Brasil, que cresceu de 1,3 mil toneladas, em 2019, para 3,4 mil toneladas.
“Saltamos de 107 toneladas por mês, no início do ano, para 286 toneladas por mês”, afirmou Guilherme Portella, diretor de Comunicação Externa da Lactalis do Brasil. Ele reconhece que os negócios foram beneficiados pelo câmbio favorável às vendas externas.
Segundo ele, a maior parte dos negócios ocorreu entre unidades da companhia, para que produtos fabricados no Brasil com marcas internacionais, como Parmalat e Président, pudessem ser comercializados em mercados como Uruguai, Chile, que já eram atendidos, além de Paraguai, Argentina, Colômbia e Peru, para os quais os embarques tiveram início em 2020.
“Vemos a oportunidade de transformar o Brasil em um hub para exportarmos produtos na América do Sul, entre unidades da empresa, e também para a América Central. É um trabalho prioritário”, diz Portella. A República Dominicana também deverá entrar para a lista em breve.
“Em 2021 queremos aumentar significativamente os embarques. Ainda estamos estabelecendo com os mercados quais as possibilidades”, afirma. A companhia também ampliou o portfólio de produtos exportados.
Em 2019, ele ainda era composto por quatro produtos — leite UHT em garrafa, leite aromatizado, leite condensado e creme de leite —, e em 2020 aumentou para dez itens, incluindo manteigas, queijos, requeijão e latas de leite condensado.
A companhia francesa faturou US$ 21 bilhões em 2019 em todo o mundo com as vendas de lácteos e foi superada apenas da suíça Nestlé, que faturou US$ 22,1 bilhões no mesmo ano, conforme relatório anual do Rabobank.
Naquele ano, a companhia se tornou a maior processadora de leite no Brasil ao concretizar a aquisição da Itambé, após uma longa disputa pelos ativos com a mexicana Lala. O faturamento anual da companhia no Brasil, com a Itambé, é estimado em quase R$ 8 bilhões, e o processamento, em 2,3 bilhões de litros de leite. Questionada, a companhia não revelou dados referentes a 2020 ou projeções para 2021.