O Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários (IPPA/CEPEA) recuou 1% de setembro para outubro, em termos nominais – este foi o segundo mês seguido de queda. O resultado reflete as variações negativas observadas para o IPPA-Pecuária, para o IPPA-Hortifrutícolas e para o IPPA-Grãos, de 4,4%, 1,4% e 0,8%, respectivamente – já o IPPA-Cana-Café avançou 5,5%.
No grupo de pecuária, o Índice foi influenciado sobretudo pelo forte recuo nos preços do boi gordo, que, por sua vez, esteve atrelado à manutenção das suspensões de envios de carne bovina à China.
Além disso, o preço do leite pago aos produtores caiu, após seis meses de altas consecutivas. Segundo pesquisadores do Cepea, este resultado é influenciado pela estação do ano, que aumenta a disponibilidade de pastagens, além da melhora da relação de troca ao produtor.
O preço nominal do frango vivo, por sua vez, permaneceu praticamente inalterado. Para o grupo de grãos, a queda no Índice refletiu baixas nos valores nominais do arroz em casca, do milho, do trigo em grão e da soja.
No caso do arroz, a queda está relacionada aos altos estoques dos compradores e à oferta ligeiramente maior de orizicultores.
Quanto ao milho e ao trigo, de acordo com pesquisadores do Cepea, os recuos se devem ao ritmo lento das negociações, e no caso da soja, ao excedente interno e à expectativa de recorde para a safra 2021/22 mundial.
Neste grupo, o preço nominal do algodão foi o único que avançou frente a setembro, devido às sustentações dos preços internacionais, que operam nos maiores patamares dos últimos 10 anos.
O resultado do índice de hortifrutícolas se deve às quedas dos preços nominais da banana e, mais sutilmente, da laranja. Por fim, o último índice, formado por cana-de-açúcar e café, teve seu desempenho atrelado às altas nominais de ambos os produtos.
O preço nominal do café arábica atingiu a máxima da série histórica do Cepea, impulsionado por preocupações com a oferta global do grão para a próxima safra.
Na mesma comparação, o IPA-OG-DI Produtos Industriais, calculado e divulgado pela FGV, avançou 2,72% – logo, de setembro para outubro, os preços agropecuários caíram frente aos industriais da economia.