No pagamento realizado em fevereiro, que remunera a produção entregue em janeiro, o preço do leite pago ao produtor caiu por mais um mês consecutivo, embora a captação tenha diminuído em relação a dezembro, sob influência das quedas nas bacias leiteiras do Sul e Sudeste e aumento do custo de produção.
Considerando a média nacional ponderada dos dezoito estados pesquisados pela Scot Consultoria, a queda foi de 0,1% na comparação mensal.
Na comparação anual a referência está 10,1% maior este ano.
O cenário foi de singela queda na captação de leite em janeiro e fevereiro (dados parciais) na comparação mensal, na contramão do esperado para o período. As chuvas escassas em algumas regiões e em excesso em outras impactam a oferta de pastagem, além do custo com a alimentação concentrada em alta.
A demanda interna seguiu ainda sem grandes mudanças positivas em janeiro, o que contribuiu com o viés de preços frouxos.
Para o pagamento a ser realizado em março/22, referente à produção entregue em fevereiro/22, o cenário do mercado do leite pode começar a se inverter. O viés é de estabilidade nos preços do leite pago ao produtor, com 53% dos laticínios pesquisados apontando para este cenário, porém, 25% já estimam alta e 23% falam em queda.
Neste sentido, foi observado aumento da concorrência entre os laticínios pela matéria-prima em fevereiro, com alta nos preços do leite no mercado spot no mês em questão, em grande parte em função da movimentação do consumo no mercado interno.
Os laticínios que estimam alta no preço do leite ao produtor estão localizados principalmente na região Sul, além dos estados de Goiás e Minas Gerais.