O produtor de leite segue com margens apertadas em fevereiro/março, conforme o pesquisador da área de Economia da Embrapa Gado de Leite, Samuel Oliveira. De acordo com ele, a captação do produto está menor do que o que se esperaria para o período, uma vez que eventos climáticos como estiagens ou chuvas excessivas degradaram pastagens e o custo com a alimentação concentrada segue crescendo.

Oliveira pontua ainda que a pressão recai também sobre a indústria, que está comprando leite no mercado spot a preços mais caros, dada a escassez de produto, mas tem dificuldade em repassar estas altas até a ponta consumidora.

“Em alguns locais do país se registra o preço de R$ 3,00 por litro no mercado spot, sinalizando a falta de leite no mercado como um todo. Desde a produçãoa té a indústria, os elos da cadeia produtiva vão absorvendo parte destes custos já que não conseguem repassar na integralidade ao consumidor que está descapitalizado”, explica.

Conforme dados da Embrapa Gado de Leite, “a maior variação de fevereiro foi verificada no grupo Minerais, com alta de 4,6%. Entretanto, o grupo Concentrado, que variou 3,0% e possui maior peso na formação do índice, foi o que mais contribuiu para a inflação verificada no mês. Mão de obra apresentou aumento de 1,2%. Já o grupo Volumosos apresentou deflação, -2,5%, contribuindo para conter a variação do indicador”.

Para Oliveira, agora, mais do que nunca, é o momento de o produtor ser eficiente, utilizando recursos e insumos de maneira mais assertiva para produzir mais e ter melhores margens.