Definido na reunião desta semana do Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Estado do Rio Grande do Sul (Conseleite), o valor referência teve, segundo o coordenador do conselho, Eugênio Zanetti, se não a maior, uma das maiores altas neste ano. O cálculo é feito pela Universidade de Passo Fundo (UPF), com base nas planilhas de custos da indústria e dos produtores nos primeiros 10 dias do mês, para pagamento a partir de 15 de agosto do leite entregue em julho.
“Esse reajuste é fruto de toda a negociação que fizemos para atualizar os custos do produtor de leite, que até o início deste ano estavam fora da realidade”, comenta Zanetti. O dirigente afirma que o valor também reflete os custos da indústria, pressionada por aumento de insumos variados, entre eles as embalagens. Com a melhora na captação, já que o Rio Grande do Sul está em momento de safra, com larga oferta de pastagens para o gado leiteiro, o coordenador acredita que o preço pago ao produtor deve se estabilizar por volta de R$ 3,00 nos próximos meses.
De acordo com Zanetti, esta melhora na remuneração ao produtor é muito importante para que a atividade leiteira no campo se mantenha, evitando a desistência de mais famílias de atuar no segmento.. Ele reconhece que os novos patamares influenciam o preço ao consumidor, mas considera especulativo o litro do leite estar sendo vendido em alguns locais por até R$ 7,00.
Dados exibidos no site do conselho demonstram que, em relação ao mês de março – quando o colegiado voltou a divulgar o indicador – o valor de referência do litro do leite aumentou R$ 1,2504, subindo de R$ 2,6159 para R$ 3,4163. Comparado a outubro de 2021, quando o conselho suspendeu a divulgação, o aumento foi de R$ 1,7700.