De acordo com a pesquisa industrial de 2018 realizada pela Diretoria Nacional de Laticínios, das 670 indústrias pesquisadas, 47 indústrias processavam mais de 100.000 litros de leite por dia naquela época.
Devido ao sigilo estatístico, não é possível ter informações do DNL – MAGyP em relação aos litros recebidos por cada indústria. Por razões antitruste, também não é possível solicitar estas informações às respectivas câmaras de comércio. Por estas razões, a OCLA solicitou diretamente o volume de leite recebido de 30 empresas. A este respeito, deve-se esclarecer que todos os rankings internacionais são feitos com base no leite recebido e/ou no faturamento (IFCN, Rabobank, IDF, etc.).
O leite recebido é o leite comprado de produtores, fazendas, cooperativas e o próprio leite que algumas indústrias possuem. É todo o leite que será utilizado para a produção de produtos e sua comercialização, independentemente de onde for processado. Não inclui o leite comprado por uma indústria em nome de outra.
A seguir está o ranking das empresas que foram solicitadas informações e concordaram em fornecê-las. Além disso, foram acrescentadas empresas que faziam parte dos 20 primeiros, mas não forneciam informações. Nesses casos, o volume recebido foi estimado através de informantes qualificados.
Observações e informações adicionais:
Consideramos que a classificação também deve incluir o Volume de Negócios Industrial Total e o Volume de Negócios por Litro de Equivalente de Leite, resultados que são muito difíceis de calcular sob as circunstâncias atuais. Motivo pelo qual eles não foram incluídos no relatório
Na Argentina, no período analisado, o faturamento industrial médio foi de US$ 0,62/litro de leite, muito melhor do que no mesmo período do ano anterior, não explicado por uma melhoria real, mas principalmente pelo forte atraso da taxa de câmbio. Este valor, por exemplo, para o ranking dos 20 maiores produtores mundiais de leite, está próximo de US$ 1,00/litro de leite (IFCN). Uruguai em 2021/2022: US$ 0,61/litro, levando em conta que as exportações representam 71% do destino comercial de litros de leite processado (INALE), enquanto na Argentina representam 26%.
Para medir o nível de concentração industrial, é comum utilizar o Índice Cr4: quanto as 4 principais empresas recebem. O Cr4 atingiu 30,5% na Argentina, quando no mundo leiteiro as quatro maiores empresas processam entre 50 e 97% do total da produção.
A principal empresa na Argentina (Cr1) recebeu 11,9% do leite total, este valor nos principais países produtores de leite do mundo está na faixa de 25 a 90%.
Em meados dos anos 90, na Argentina, a Cr1 era de 18% e a Cr4 50%. O sistema cooperativo em termos de recepção de leite representa hoje menos de 5%, enquanto em 1994 recebeu 35% do leite do país (quase 50% do leite nos principais países leiteiros do mundo é tratado por cooperativas). Deve-se observar que, como setor de produção primária, as cooperativas na Argentina respondem por cerca de 25% da produção total de leite.
O índice Cr1 não sofreu alterações e o índice Cr4 diminuiu em relação aos três anos anteriores em que o ranking foi compilado. Estes números mostram uma grande atomização no recebimento/processamento de leite na Argentina, que, longe de diminuir, está aumentando, como pode ser visto no gráfico a seguir.
Dentro dos 10 principais setores industriais, 36% da produção entrante está nas mãos de empresas multinacionais (com sede em outros países).
Variação no leite processado
O gráfico seguinte mostra a variação mínima, média e máxima das empresas no ranking em relação à variação total da produção do país estimada pela Direção Nacional de Laticínios – MAGyP, para o período 2021-2022 vs. 2020-2021 na média diária (não em uma fazenda leiteira constante).
A produção de leite das empresas consideradas na amostra do ranking caiu ligeiramente (sobre uma média ponderada de -0,4%), embora possa ser observada a grande dispersão nas variações anuais entre elas (de +17,2% a -15,7%). A variação total do país estimada pelo DNL-MAGyP cresceu 2,6%, portanto pode ser que as empresas fora do ranking (38,5% do total) tenham crescido cerca de 7% no ano, o que implicaria uma forte transferência de leite das maiores empresas para o setor das PMEs e/ou que haja uma superestimação da produção fora do ranking (empresas que não informam a produção de acordo com a Resolução No. 229).