Em relação à média de outubro do ano passado, o valor é 15,5% superior, já ajustado pela inflação. “A inversão do movimento altista, que durou de fevereiro a agosto, esteve atrelada ao enfraquecimento da demanda por lácteos – que vem pressionando as cotações ao longo de toda a cadeia – e ao aumento da oferta – tanto pelo incremento da produção quanto pelo crescimento das importações”, disse o Cepea em nota.
Do lado da demanda, o consumo de lácteos não reagiu no último mês, o que o Cepea atribui ao menor poder de compra da população. “Com vendas fracas e maior pressão dos canais de distribuição, os laticínios tiveram dificuldades em negociar os derivados. Em São Paulo, a pesquisa do Cepea mostrou reduções de 18,9% no preço médio do leite longa vida (UHT) de agosto para setembro, de 17,7% no do muçarela e de 12,8% no do leite em pó fracionado (400g), em termos reais.”
A oferta de leite, por outro lado, cresceu, puxada pelas importações. A produção de leite também tem se recuperado. “O crescimento na produção de leite se deve aos maiores investimentos na atividade – os quais, por sua vez, foram viabilizados pelo aumento expressivo dos preços ao produtor (sobretudo entre junho e agosto) e pela queda nos custos de produção”, explica o Cepea.
O Índice de Captação de Leite (ICAP-L) do Cepea aumentou 2,2% de agosto para setembro – a reação dos preços vem sendo observada há cinco meses. “Desde janeiro, o ICAP-L acumula incremento de 8,7%, e, desde setembro de 2021, de 10,9%”, informa o Cepea. Conforme a análise, com o fim próximo da entressafra, no último trimestre, a produção ganhará ritmo, pressionando as cotações.