Para associação de produtores, rompimento de "acordo de cavalheiros" e valor pago desestimulam a produção no país

Os preços oferecidos pela indústria de lácteos ao produtor neste mês, referente ao leite captado em abril, desestimulam a produção no país, avalia a Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite).

A entidade defende a utilização dos indicadores apontados pelos conselhos paritários formados por indústria e produtores. “A recente queda dos preços ao produtor traz grande desestímulo à produção primária, num contexto cambial onde o leite brasileiro se posiciona entre os mais competitivos do mundo”, diz a associação.

Presentes em seis Estados produtores, os conselhos paritários vinham apontando alta para o preço a ser pago ao produtor neste mês. As oscilações no mercado consumidor provocados pela pandemia de Covid-19 no Brasil, contudo, geraram distorções entre o indicador em abril
e o valor calculado pelas indústrias no final do mês.

No Rio Grande do Sul, onde o indicador do Conseleite local apontou alta de 9,8% no preço pago ao produtor, o cálculo considerou apenas os dez primeiros dias de abril, quando as vendas de leite UHT dispararam no varejo.

“O que surpreende é a aparente quebra de consistentes acordos de cavalheiros, especialmente por parte de algumas empresas que sempre se posicionaram favoráveis à estabilidade do mercado, quando estimularam e inclusive financiaram a criação de Conseleites em seis Estados (PR, RS, SC, MS, RO e MG) para referenciar o mercado, bem como a Câmara de Conciliação de GO”

Abraleite, em comunicado

Os percentuais calculados pelos Conseleites usam como base o valor das vendas realizadas no varejo os custos de produção no período. Usados como referência pelo mercado, eles não são de adesão obrigatória pela indústria, que possui métodos próprios de calcular o valor a ser pago pela matéria-prima captada naquele mês.

De acordo com o Cepea, o custo médio de produção do leite no Brasil aumentou 3,18% no primeiro trimestre enquanto o preço médio pago ao produtor acumula queda de 5,9% no mesmo período.

A partir de segunda-feira, 18 de novembro, agricultores se mobilizam contra o acordo de livre-comércio entre a Europa e cinco países da América Latina, rejeitado pela França. François-Xavier Huard, CEO da Federação Nacional da Indústria de Laticínios (FNIL), explica a Capital as razões pelas quais o projeto enfrenta obstáculos.

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