O manejo do solo fez toda diferença na produção do capim de qualidade que refletiu na quantidade do leite e uma renda fixa por mês.
A propriedade é uma URT e vem sendo assistida pela Empaer desde 2017 - Foto por: Empaer

Há quatro anos recebendo assistência da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), o produtor de leite do Projeto de Assentamento José União, na cidade de Peixoto de Azevedo (a 691 km de Cuiabá), Carlos Roberto Roboton passou a produzir cerca de três vezes mais diariamente.

Nesse período, sua renda mensal que era de 1,5 mil fechou o último ano com faturamento de R$ 84 mil. A propriedade é uma Unidade de Referência Tecnológica (URT) que vem sendo acompanhada pelos técnicos da Empaer, Clovis Luiz de Moraes Manica e Clodomir Antônio Zolett, que iniciaram o projeto em agosto de 2017.

Segundo Clovis, os resultados mostram que os objetivos estão sendo alcançados de buscar eficiência da atividade, através de ações para melhorar a alimentação do gado e índices zootécnicos, organizar os custos de produção e aumentar a renda da família. Para implantar a URT, a Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf), disponibilizou R$ 13.435,04, e foi contratado posteriormente junto ao Governo Federal, R$ 25 mil por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf)

Ele explica que foi realizado um diagnóstico na área no período da implantação da URT e verificado que as pastagens estavam degradadas e faltava nutrientes. “Adotamos estratégias para mudar o contexto da área, com planejamento e muito trabalho.”

Vaca peixoto interna scaled 1

Foi delimitada uma área de três hectares para pastagem, com manejo do solo – uso de calcário e fósforo, devido à necessidade de correção. Foram plantada três tipos de capim, sendo 46% da área com MG-5, 34% de Mombaça e 18% de BRS-Zuri.

Segundo Clovis, na época, a pastagem foi dividida em piquetes para comportar cada cultivar em blocos separados e permitir rotação de pastejo. Cada corredor foi colocado um bebedouro, reduzindo o deslocamento dos animais para menos de 300 metros do local da ordenha. Nos corredores, os técnicos deixaram as árvores nativas para proporcionar sombras.

Em 2018, foi realizado o plantio de cana, BRS Canará e posteriormente BRS Capiaçu em 1.700 m2. Esse plantio foi motivado pela aquisição

nove matrizes leiteiras, conforme a proposta elaborada pela equipe e aprovada no Pronaf A. Durante os trabalhos,  foi orientado quanto as boas práticas de higiene na ordenha, uso de ureia no fornecimento de cana e na mineralização, registro e avaliação econômica-zootécnica. No mês de dezembro, eram 11 vacas em lactação produzindo 83 litros de leite por dia.

No ano seguinte, eram sete vacas em lactação, com média de 83 litros ordenhados por dia. Em 2020, nove vacas forneceram uma média diária de 87 litros.  Em dezembro de 2021, com 12 vacas produzindo 172 litros de leite por dia.

O técnico Clodomir, esclarece que a URT está servindo de modelo para os produtores da região na recuperação de pastagem e administração financeira e produtiva. “O trabalho também é organizar a parte financeira da produção leiteira, ou seja, controle para conferir se está obtendo lucro e identificar os pontos de estrangulamento no custo de produção”.

O produtor, Carlos Roberto, destaca a importância da assistência da Empaer nesse período, caso contrário não seria possível. Sua maior satisfação é ter o leite toda semana que comercializa para a cooperativa. “Todo trabalho é realizado conforme o conhecimento fornecido pelos técnicos, que regularmente nos atendem. Só tenho a agradecer o empenho e disposição da equipe que não mediu  esforços para sanar as dúvidas e encontrar as soluções dos diversos problemas durante as adversidades”.

De acordo com o Google Trends, a procura pelo leite de cabra teve um aumento significativo no último mês. Mas afinal, o leite de cabra é mais saudável ou não?

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