O presidente da Abia, João Dornellas, atribui parte do aumento dos preços das commodities e dos insumos utilizados pela indústria à alta acumulada de 17,55% da taxa de câmbio em 2021, na comparação com o mesmo período de 2020.
Outro fator que contribui, diz ele, é o cenário de expansão da demanda mundial por alimentos, que tem forte correlação com a evolução do PIB mundial, que deve crescer 4,4% segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). No entanto, ele destaca que as exportações, embora crescentes e em momento de ganho de receitas, não estão prejudicando a oferta de alimentos industrializado no mercado interno, que ainda recebe 72% da produção total.
Os custos das indústrias de alimentos também têm sido pressionados pelos efeitos da pandemia da covid-19, que aumentou a demanda por embalagens, por exemplo, além de ter exigido mais adaptações da produção.
Matérias-primas e embalagens respondem por 65% dos custos de produção dos alimentos industrializados. Os preços de resinas plásticas continuam crescentes, e, no caso da folha de flandres, além da restrição da produção interna, os preços acumulam alta superior a 60% nos últimos seis meses, o que tem gerado forte impacto.
Embora não especifique o tamanho do salto, a Abia cita também o preço do óleo de palma, importante insumo utilizado na produção de alimentos como pães, bolos, biscoitos, chocolates, margarinas, por exemplo. O óleo de palma é também a principal matéria-prima utilizada na substituição de gorduras trans.
A Abia estima que o custo adicional de produção causado pela crise sanitária foi de 4,8% em 2020. O impacto para o preço final dos alimentos industrializados é de 2,5%, diz a associação.