Depois de um 2019 em que o crescimento não ocorreu, a América do Sul está bem posicionada para aumentar a produção de leite.
Political map of south America with each country represented by its national flag. 3D Illustration.

As primeiras indicações são de que 2020 começou bem. No entanto, riscos estão presentes e podem ser desafiadores nos próximos meses.

Um passado desafiador…

Após um forte 2018, a maioria dos países da América do Sul registrou volumes menores em 2019.

Os destacados exportadores da região, Argentina e Uruguai, viram a produção diminuir 1,7% e 4,2%, respectivamente. Na costa Oeste o Chile viu sua produção cair 1,4% e a redução na Colômbia foi de 7,2%.

Dados preliminares indicam que a produção de leite no Brasil cresceu 2,2%, embora seja importante considerar que a produção de 2018 foi de reduzida, artificialmente, pela greve dos caminhoneiros, que impediu a captação de leite por dez dias entre maio e junho.

A maioria dos declínios do ano passado está sendo atribuída ao clima irregular, com concentração de chuvas em pequenos espaços de tempo, intercalados por secas, prejudicando o desenvolvimento de pastagens de boa qualidade nas principais bacias leiteiras do continente.

Segundo o serviços de meteorologia dos Estados Unidos, NOAA, o fenômeno El Niño dominou nos dois primeiros trimestres do ano, e só desaparecendo seus efeitos nos últimos meses de 2019. Já no final do ano, o tempo seco passou a ser a maior preocupação do continente.

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… E um futuro promissor

Até agora, o início de 2020, parece ter iniciado com melhores padrões. A produção de leite de janeiro na Argentina registrou um impressionante crescimento de 5,5%, enquanto a indústria do Uruguai revela que os volumes cresceram 2% no mesmo mês. Pelos dados disponíveis, quadros positivos estão sendo vistos em outros produtores regionais.

A melhor da umidade disponível nas primeiras semanas do ano foi a responsável pela expansão dos volumes. No entanto, olhando para o futuro, os problemas climáticas continuam preocupantes. Já fazem algumas semanas que a maioria das bacias leiteiras da América do Sul não recebe chuvas suficientes e a qualidade da forragem está sofrendo. Será essencial que as chuvas cheguem em grandes áreas do continente nas próximas semanas para manter a continuidade do crescimento da produção de leite.

As margens dos produtores estão razoavelmente bem nas últimas semanas, e os preços do leite estão variando entre US$ 0,30 e US$ 0,35 por litro.

Os custos operacionais e especialmente o preço da alimentação do gado estão sofrendo reajustes modestos, melhorando a rentabilidade das fazendas.

No entanto, a queda nos estoques de grãos antes da colheita na América do Sul está pressionando o custo dos concentrados. Será fundamental que a rentabilidade do agricultor seja mantida nos níveis atuais para que ocorra maior produção de leite.

Demanda em risco

Do lado da demanda a equação na América do Sul, e especialmente de seu maior mercado, o Brasil, aguarda a recuperação de 2020. O aumento da atividade econômica deve incentivar a confiança do consumidor e, por sua vez, a compra de lácteos. Entretanto, o surto de Coronavírus está expondo a fragilidade dessas expectativas de consumo. Embora a chegada do COVID-19 na América do Sul tenha sido mais lenta do que em outras partes do mundo, a preocupação é quanto à capacidade da região de restringir a disseminação do vírus.

Além disso, como principal fornecedor de commodities para o resto do mundo, a América do Sul certamente sentirá os efeitos da desaceleração econômica global devido à epidemia.

Otimismo predominante

Apesar os inúmeros riscos, no momento parece que 2020 será um ano positivo para o crescimento da produção de leite na América do Sul.

Embora as condições climáticas e a lucratividade adequada sejam necessárias para que isso se torne uma realidade, há muitas razões para otimismo sobre o papel da América do Sul para o setor lácteo neste ano.

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