Valores praticados pelos laticínios são os mesmo de 2020. Principais insumos para produção dobraram de preço no período.

Em dois anos, o preço médio do leite subiu mais de 75% nos supermercados de Palmas. No entanto, os produtores do município estão recebendo valores defasados, referentes ainda a 2020, o que exige “malabarismos” para conseguirem tirar alguns centavos de lucro em cima de cada litro produzido.

Levantamento mensal realizado pelo Jornalismo da Rádio Club aponta que entre julho de 2017 e maio de 2022, o preço médio do litro de leite UHT, o “leite de caixinha”, subiu 126%, passando de R$ 2,68 para R$ 6,05. Em maio de 2020, o preço médio era de R$ 3,45 o litro.

[Grupo RBJ de Comunicação] Apesar de aumento de preços, produtores de leite de Palmas estão recebendo valores defasados

Apesar dos aumentos sucessivos para o consumidor, os produtores de leite estão recebendo valores defasados. O presidente da Associação Palmense dos Produtores de Leite (Palmas Leite), Leandro Montovani, explica que durante 2021, o produtor sofreu com a defasagem de preços, que apresentaram recuperação no inicio deste ano, mas os produtores trabalham ainda com preços de 2020, período em que os principais insumos para a produção, como o milho, era cotado a R$ 35,00 a saca, e a soja a R$ 70,00. Atualmente, a cotação do milho gira em torno de R$ 80,00 e a da soja a R$ 180,00 a saca. Ouça no player abaixo:

Em maio, o preço pago aos produtores da região ficou entre R$ 2,40 e R$ 2,50 por litro. O custo de produção, segundo Montovani, varia de acordo com a realidade de cada propriedade. Os produtores que trabalham com confinamento têm um custo maior. Já os que fazem a utilização de pastagem, conseguem reduzir custos, dependendo da época do ano.

Citando seu próprio exemplo, o presidente Palmas Leite pontua que com as pastagens de inverno vai conseguir baixar um pouco do seu custo de produção, mas ainda sem obter uma remuneração expressiva. “A partir deste mês, eu acredito que dá para tirar de R$ 0,05 a R$ 0,15 por litro, dependendo da propriedade”, calcula.

Apesar dos aumentos sucessivos nos insumos, os produtores seguem recebendo valores defasados e encontram dificuldades para melhorarem as negociações com os laticínios, situação que tem levado produtores a buscarem outras atividades.

Outro problema enfrentado é a dificuldade para encontrar mão de obra. Montovani pontua que no caso dos produtores familiares, ainda é possível dar continuidade ao trabalho, mas aqueles que precisam de mais trabalhadores não tem conseguido encontrar profissionais, dadas as condições que a atividade exige.

A partir de segunda-feira, 18 de novembro, agricultores se mobilizam contra o acordo de livre-comércio entre a Europa e cinco países da América Latina, rejeitado pela França. François-Xavier Huard, CEO da Federação Nacional da Indústria de Laticínios (FNIL), explica a Capital as razões pelas quais o projeto enfrenta obstáculos.

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