Europa era principal fornecedor dos países árabes, mas deixaram de exportar regularmente devido à pandemia

Europa era principal fornecedor dos países árabes, mas deixaram de exportar regularmente devido à pandemia

Governos de países árabes estão buscando no Brasil novos fornecedores de alimentos num esforço de reforçar seus estoques na pandemia de Covid-19, diante da possibilidade de a doença ainda poder afetar os fluxos de exportação nos países produtores e do receio de ficar sem produto à medida que a China retome as compras no mercado internacional, com a normalização de sua economia.

Segundo a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, países como Arábia Saudita, Bahrein, Egito, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Marrocos e Sudão pediram ajuda à entidade para encontrar fornecedores de carne bovina, frango, pescado, açúcar, arroz, derivados de leite, milho e frutas e outros produtos que antes vinham principalmente da Europa e que deixaram de ser fornecidos regularmente com o agravamento da pandemia no continente.

O presidente da entidade, Rubens Hannun, explica que os árabes estão comprando por meio de seus próprios ministérios de abastecimento ou importadores recém-credenciados pelo Estado, sem experiência anterior no mercado brasileiro. “Esses novos players estão disputando produto com importadores que já atuavam por aqui e buscam, inclusive, itens de valor agregado”, afirma.

A demanda foi tanta, que na semana passada, a Câmara Árabe convocou uma conferência virtual com 23 entidades, a maioria do agronegócio, além de representantes do Ministério da Agricultura, do Ministério da Economia e da SP Negócios, a agência de fomento da Prefeitura de São Paulo. O objetivo foi expor as principais necessidades e encontrar fornecedores que pudessem atender às demandas dos árabes.

O secretário-geral da Câmara Árabe, Tamer Mansour, afirma que a pandemia de Covid-19 mudou, inclusive, o perfil da demanda. Segundo ele, o fechamento do setor de food service nesses países abriu um espaço maior, por exemplo, para porcionados que os árabes adquiriam da Europa. “Como mercados europeus ainda não retomaram com força, podemos avançar nos produtos tradicionais e em novos”, afirma.

Desde o agravamento da pandemia de Covid-19, os árabes têm atuado de forma agressiva no mercado para adquirir alimentos. Em março, o Egito habilitou 42 plantas frigoríficas brasileiras de carne bovina e de frango, num esforço de facilitar as importações.

Há cerca de um mês, os Emirados Árabes credenciaram novos importadores com a missão de comprar frango no Brasil. Os frigoríficos não esperavam a demanda súbita e não tinham pintos alojados para o frango tipo griller (entre 800 g e 1,2 kg) demandado, e os importadores tiveram que aceitar um prazo de até 60 dias para o cumprimento do contrato.

O Brasil é o principal fornecedor de alimentos dos países árabes, que por sua vez são o segundo maior mercado para os produtos do agronegócio nacional, atrás somente da China.

Em 2019, as vendas do Brasil para os 22 países da Liga Árabes somaram US? 12,12 bilhões, alta de 6,3% sobre o ano anterior, com açúcar, carne de frango, carne bovina, grãos e gado em pé em posição de destaque na pauta de exportações.

 

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