As exportações da cadeia leiteira encerrarão o ano com um aumento de 18,9% no volume de negócios e 5% em volume, de acordo com dados oficiais. Entre Janeiro e Outubro, as remessas de produtos lácteos geraram moeda estrangeira por 1.058 milhões de USD e um volume de 315.812 toneladas. Embora as vendas no estrangeiro tenham abrandado nos últimos dois meses, o bom nível dos preços internacionais tem sustentado as receitas cambiais estrangeiras. A nível interno, os produtores leiteiros recuperaram o preço recebido pela sua matéria-prima durante o ano, mas as vendas a retalho e o consumo caíram.
De acordo com estatísticas do Ministério da Agricultura, entre Janeiro e Setembro, as exportações da cadeia leiteira acumularam 931 milhões de USD, o que na comparação anual representa um adicional de 165 milhões de USD em comparação com o mesmo período do ano passado. Medido em litros, o crescimento foi de 5%, com 2 mil milhões de litros equivalentes. Para o governo, estas vendas ao estrangeiro representarão receitas de impostos retidos na fonte equivalentes em pesos a 99 milhões de USD.
Consultado pela BAE Negocios, o analista Marcos Snyder avisou que nos últimos dois meses de 2021, as vendas no estrangeiro registaram uma queda, como resultado de complicações nas vendas para os dois principais destinos argentinos, Argélia e Brasil. “O outro factor são as complicações logísticas causadas pela falta de contentores”, acrescentou ele. Para além destes factores, o preço internacional dos produtos lácteos está a sustentar o rendimento em moeda estrangeira. De acordo com estatísticas do Global Dairy Trade. o último valor actualizado para Dezembro para o leite em pó integral é de USD3.867 por tonelada, que em comparação com o mesmo mês em 2020 teve um aumento de cerca de USD800.
Segundo o Observatório da Cadeia Láctea Argentina (OCLA), 46,4% da moeda estrangeira gerada pelo sector corresponde a leite em pó; 25,6% a queijo e 18,8% a produtos como doce de leite, manteiga e soro de leite, entre outros. Os principais destinos são o Brasil, Argélia, Chile, Rússia e China. No caso do leite em pó, a Argélia é responsável por quase 70% das operações comerciais.
No mercado interno, o aumento de 5% da produção foi acompanhado por um aumento do preço do leite, que no último ano foi de 70%. No que diz respeito ao consumo interno, a OCLA calculou que, nos primeiros nove meses do ano, caiu 6,6%, medido em relação ao mesmo período em 2020. Nesta altura, o congelamento dos preços, juntamente com a queda do poder de compra dos salários, reflectiu-se em vendas mais baixas ao público. Os maiores cortes foram observados no leite em pó (17,9%), nos leites refrigerados (15,6%) e nos leites não refrigerados, com um declínio de 9,3%.