Com aumento de consumo do derivado lácteo nos últimos anos impulsionado pelo mercado de padarias e confeitarias, empresas do setor apostam na diversificação do produto e na expansão fabril para atender ao segmento food service
Os pães e doces seguem conquistando cada vez mais espaço nas mesas dos brasileiro. De acordo com estudo feito pelo Instituto Tecnológico da Alimentação, Panificação e Confeitaria (ITPC), em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip), o setor de panificadoras e confeitarias apresentou crescimento de 2,65% em 2019, alcançando um faturamento de R$ 95,08 bilhões. Ainda segundo a Abip, o setor de panificação é o segundo maior de alimentos prontos no país e está presente em todas as cidades brasileiras.
Esse aumento tem movimentado toda a cadeia produtiva que abastece esse mercado, como os de produtos em embalagens food service (em tamanhos maiores). Um exemplo é a Marajoara Laticínios, cujas vendas de leite condensado representam 35% do total de produtos vendidos pela companhia. A empresa goiana conquistou o segundo lugar no ranking nacional na participação no mercado de atacarejo de leite condensado; crescendo de 15,5% em 2019, para 18,6% em 2020, no comparativo do primeiro semestre, segundo o último levantamento da Nielsen, Scantrack e Cash&Carry.
A demanda pelo leite condensado da Marajoara fez com que o grupo construísse uma nova unidade fabril em seu polo na cidade de Hidrolândia-GO, com capacidade de produção de 2,5 milhões de toneladas de leite condensado por mês. “Percebemos um crescimento de vendas do produto nos últimos três anos em torno de 35% e, consequentemente, houve uma demanda para produzir mais leite condensado”, destaca André Luiz.
Será a terceira expansão da fábrica para acompanhar o crescimento do consumo do leite condensado. A nova unidade é voltada para a produção de bags de 2,5 quilos e 5 quilos, embalado em tecnologia de envase com películas, mais conhecidas como filme plástico. As bags serão voltadas ao segmento food service – confeiteiros, padarias, pit dogs e outros estabelecimentos. A venda será feita em atacarejos.
“Foi uma demanda solicitada pelos próprios clientes, que viram a necessidade de um produto de qualidade em um tamanho maior para atender a produção de uma maneira mais econômica e prática”, destaca o presidente da empresa, André Luiz Junqueira, que atua nos 26 estados e no Distrito Federal.
Pandemia
No varejo, o consumo de leite condensado também aumentou durante a pandemia causada pelo novo coronavírus. É o que aponta levantamento publicado em maio pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que identificou que 14% das famílias aumentaram o consumo de leite condensado desde o início da disseminação da Covid-19 pelo território brasileiro. Já de acordo com pesquisa da Cash&Carry, Nielsen e Scantrack, o mercado apontou um crescimento de 9,9% no primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano passado.
Uma das explicações para esse crescimento é o período de isolamento social, que levou muitas pessoas a se aventurarem na culinária caseira, sendo que o leite condensado é um dos principais protagonistas em diversas receitas, como brigadeiros, pudins e bolos.
A Marajoara apresentou crescimento de vendas de leite condensado na região Centro-Oeste durante o primeiro semestre deste ano, principalmente na versão de 395g, alcançando um aumento de 34% das vendas médias em comparação com o primeiro semestre de 2019.