O deputado Enio Verri (PT-PR), às luz da trapalhada importação de leite em pó, que ferra os produtores de leite brasileiros, afirma que o governo Jair Bolsonaro (PSL) não tem ideia do que está fazendo.

 

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O deputado Enio Verri (PT-PR), às luz da trapalhada importação de leite em pó, que ferra os produtores de leite brasileiros, afirma que o governo Jair Bolsonaro (PSL) não tem ideia do que está fazendo.

O governo Bolsonaro dá mais uma clara demonstração de que foi eleito sem um programa. O novo recuo deu-se após o Ministério da Economia não renovar a taxa antidumping aplicada ao leite em pó, desde 2001. Depois de assistir ao estrago exposto na imprensa e nas redes sociais, com manifestações dos produtores, tanto do agronegócio, quanto da agricultura familiar, o presidente determinou que o ministro revisse a decisão, tomada na sexta-feira (8). Os sentimentos gerais, desde os produtores, aos comerciantes, passando pelos consumidores, são de apreensão e temor. A sensação é a de que o recém-nascido governo não tem ideia do que está fazendo. Agora, depois do estresse dos mercados interno e externo, passa-se ao constrangimento de retroceder da decisão.

A imagem passada é a da insegurança quanto aos rumos que o Brasil deva trilhar para superar a crise econômica e o desemprego. A não renovação da tributação simplesmente arrasaria o mercado interno. A medida protetiva adotada pelo Brasil foi estabelecida de acordo com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC). O período em que vigeu não foi o suficiente para fazer frente às subsidiadas e protegidas produções da U.E. e da Nova Zelândia, duas referências mundiais na fabricação de leite em pó. Todos os anos, a produção da U.E supera as expectativas de consumo interno, fazendo-a despejar o excedente em outros países, a um custo completamente fora da possibilidade de competição interna.

É difícil saber o que é pior para o Brasil, se um governo que destrói suas indústrias, sua produção de matéria-prima e submete sua economia ao desenvolvimento de outros países, ou um governo vacilante quanto o que projeta para o País e, a toda pressão, capitula decisões complexas que envolvem a produção nacional, com consequências deletérias para o mercado de trabalho de um País onde há mais 13 milhões de desempregados. Bem diferente de países como os da U.E., os EUA, ou o México, que protegem o seu mercado interno, criando barreiras fiscais, fitossanitárias e burocráticas, que impedem a inserção de concorrentes estrangeiros em seus territórios. Definitivamente, esse não é o caminho para convencer investidores estrangeiros de que o Brasil é um bom lugar para se investir, sob um governo tíbio, sem comando e sem projetos estruturados.

A sociedade brasileira deve observar o que está acontecendo e se posicionar diante dessas situações que colocam o País em condição de presa fácil para indústrias mais avançadas. O debate está posto e deve ser encarado por todos os brasileiros interessados no desenvolvimento soberano e altivo do Brasil. A soma das tarifas antidumping e o imposto para importação de leite em pó, da U.E. e da Nova Zelândia, totaliza 42,8% e 31,9% respectivamente. Países, como México, por exemplo, tributam em mais de 100% a importação de laticínios, como forma de afastar concorrência de países cuja industrialização está muito à frente da competitividade dos produtores locais. Apesar do desnivelamento de concorrência, os governos não jogam os produtores aos leões.

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