As exportações de lácteos cresceram 63% de fevereiro para março, somando 3,4 mil toneladas, segundo a Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério da Economia. “Apesar da oferta limitada de matéria-prima no mercado brasileiro, o dólar em patamar recorde e a fraca demanda doméstica incentivaram as vendas externas de produtos lácteo no mês passado”, pontua o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, no Boletim do Leite de Abril.
“Entre os produtos lácteos embarcados pelo Brasil, destacam-se os envios de leite condensado, que aumentaram 188% de fevereiro para março, somando 1,04 mil toneladas. Os principais destinos do produto foram Trinidad e Tobago (23% do total de leite condensado embarcado) e Tunísia (22%)”, informam as analistas Munira Nasrrallah e Juliana Santos, da Equipe Leite do Cepea.
Ainda conforme apontamentos do Cepea, os embarques de creme de leite totalizaram 647 toneladas em março, aumento de 13% em relação ao mês anterior, sendo as Filipinas o principal destino (33% do total).
Importações caem pela terceira vez
Já as importações de lácteos caíram em março pelo terceiro mês consecutivo, totalizando 14,4 mil toneladas, 5% abaixo das de fevereiro de 2021, assinala o Cepea, baseado em dado da Secex.
“Ainda assim, o volume adquirido em março esteve 51,5% superior ao de março de 2020. As compras externas foram limitadas pelo dólar elevado e pelo consequente alto preço internacional dos derivados”, ressaltam as analistas do Cepea.
O leite em pó, os queijos e o soro de leite representaram 91,6% dos produtos lácteos importados pelo Brasil em março, sublinha o Cepea. As compras de leite em pó somaram 8,6 mil toneladas, 8,3% abaixo das de fevereiro de 2021. O Uruguai foi responsável por fornecer 62% do leite em pó adquirido pelo Brasil em março.
“As importações de manteiga, apesar de representarem pequena parcela no total comprado, cresceram 73,7% de fevereiro para março e 446% em relação a março de 2020. Levantamento do Cepea mostra que esse cenário se deve aos elevados valores do creme (matéria-prima para a produção da manteiga) no Brasil”, enfatiza o boletim.
Balança comercial
O déficit na balança comercial somou US$ 37,7 milhões em março, redução de 8,4% em comparação com fevereiro/21 e a terceira queda seguida. Em volume, o déficit foi de 11,1 mil toneladas, 15,8% inferior ao observado em fevereiro.