A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou na última semana de reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados, do Ministério da Agricultura

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou na última semana de reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados, do Ministério da Agricultura, para discutir as novas regras da qualidade do leite produzido no País, abrigadas nas Instruções Normativas (INs) 76 e 77.

Conforme a CNA, em nota, o encontro não foi conclusivo e, assim, o ministério definirá até o fim do mês se as INs, que passariam a valer a partir de 30 de maio, serão de fato implementadas. Na reunião, especialistas criticaram aspectos das novas regras, algumas delas consideradas impraticáveis.

O pesquisador Marcelo Bonnet, da Embrapa Clima Temperado, questionou a obrigação de manter o leite a uma temperatura constante de no máximo 4 graus Celsius. “Existem aspectos de qualidade do leite mais importantes e urgentes a serem enfrentados no País. De nada adiantaria refrigerar o leite obtido em más condições higiênico-sanitárias a 4 graus, sendo que leite obtido em boas condições poderia ser conservado adequadamente a uma temperatura limite de 7 graus”, declarou, segundo nota da CNA.

Já a professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Mônica Maria Cerqueira, questionou a instrução de que o leite armazenado nos silos das indústrias apresente limite máximo para Contagem Padrão em Placas (CPP) de até 900 mil UFC/ml (unidades formadoras de colônia por mililitro) antes do processamento.

“A média geométrica dessa contagem do leite de 91% dos silos das indústrias analisadas (em pesquisa) é elevada e superior aos 900 mil UFC/ml exigidos pela nova normativa”, pontuou a docente, que ainda sugeriu um monitoramento completo nas indústrias do País, por um período de dois anos, para que se normatize um número padrão para a contagem.

O presidente da Câmara Setorial e da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Rodrigo Alvim, alertou sobre os desafios impostos. “Não é apenas regulamentando que se melhora a qualidade de leite no Brasil. O desafio é levar assistência técnica aos produtores. Assim, teremos avanços”, disse.

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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