No país, foram captados 24,52 bilhões de litros pela indústria nacional, equivalente a um acréscimo de 2,5% sobre a quantidade registrada em 2022. O ano de 2023 retoma o crescimento na produção de leite, após dois anos de quedas consecutivas na aquisição pelas indústrias. No entanto, a produção deste ano ainda é menor que o recorde de 25,64 bilhões de litros de leite observados em 2020.
No quarto trimestre (outubro, novembro e dezembro), a produção nacional foi de 6,46 bilhões de litros, acréscimo de 2,2% em relação ao 4º trimestre de 2022. Em Mato Grosso, foram captados 106,4 milhões de litros, um volume 6% maior do que o 4º trimestre de 2022, quando foram obtidos 100,387 milhões de litros.
Pelo comportamento cíclico no setor leiteiro, os meses de outubro a dezembro regularmente apresentam pico de produção em relação aos trimestres anteriores, impulsionado pelo período de safra em algumas das principais bacias leiteiras do país.
Segundo dados da Estatística Experimental do Preço do Leite cru pago ao produtor, o preço líquido médio do litro de leite pago ao produtor no 4º trimestre de 2023 foi de R$ 2,10, valor 18,3% abaixo do praticado no trimestre equivalente do ano anterior. Em comparação ao preço médio auferido no 3° trimestre de 2023, houve decréscimo de 9,5%.
“Os preços competitivos de fornecedores externos, como Argentina e Uruguai, levaram ao aumento das importações para atender à demanda das indústrias. Este fato, associado ao aumento da produção interna, influenciou na redução do preço pago ao produtor ao longo do ano de 2023. Somou-se a esse cenário uma demanda incipiente dos consumidores pelos derivados lácteos”, disse o analista da pesquisa, Bernardo Viscardi.
A maior parte da captação de leite pelos laticínios brasileiros foi realizada por estabelecimentos de grande porte, que receberam mais de 150 mil litros de leite/dia (6,8% do total de estabelecimentos) e foram responsáveis por 68,6% do volume de leite cru captado no 4º trimestre de 2023.