Itens puxaram alta da cesta básica sorocabana, de 4,15%, no mês passado, mostra pesquisa da Uniso

Itens puxaram alta da cesta básica sorocabana, de 4,15%, no mês passado, mostra pesquisa da Uniso

09 de Maio de 2021 às 00:01
A carne bovina de 1ª subiu 11,6% no mês, custando em média R$ 43 o quilo.
A CARNE BOVINA DE 1ª SUBIU 11,6% NO MÊS, CUSTANDO EM MÉDIA R$ 43 O QUILO. (CRÉDITO: FÁBIO ROGÉRIO (7/5/2021))

A chamada “mistura” ficou mais cara para o consumidor sorocabano no mês passado. É o que aponta a pesquisa da Universidade de Sorocaba (Uniso) sobre a variação do preço da cesta básica na cidade. Segundo a pesquisa, o preço do conjunto de 34 itens apresentou um aumento de 4,15% em abril de 2021 ante o mês anterior (março de 2021), passando de R$ 901,60 para R$ 939,05, ou seja, R$ 37,45 pagos a mais pelo consumidor.

Já a comparação com o mesmo mês do ano passado não foi possível de ser realizada, pois a pesquisa foi suspensa em abril de 2020 devido ao agravamento da pandemia e às restrições impostas naquele período.

Dos 34 itens, 24 deles tiveram aumento no preço. Entre os itens que apontaram maior aumento estão a carne bovina de 1º (11,6%), passando de R$ 39,23 o quilo em março para R$ 43,76 em abril; e a carne de 2ª (5,9%), passando de R$ 26,43 o quilo em março para R$ 28 em abril. A carne de 1ª é o segundo item da cesta básica que mais subiu de valor (25,13%) no ano, conforme a pesquisa da Uniso. Já a carne de 2ª acumula alta de 10% em 2021.

Conforme o coordenador da pesquisa, o economista e professor Lincoln Diogo Lima, a baixa disponibilidade de bois para o abate aliada à alta do dólar ao longo do ano — que encareceu os custos de produção da pecuária e estimularam as exportações — foram os principais determinantes da elevação do preço da carne para o consumidor.

Leite foi outro produto básico com elevação de preço. - FÁBIO ROGÉRIO (7/5/2021)
Leite foi outro produto básico com elevação de preço. (crédito: FÁBIO ROGÉRIO (7/5/2021))

Além da carne bovina, também subiram de preço em abril a farinha de mandioca (4,9%), o frango (4,7%), a muçarela fatiada (4,5%), e o leite longa vida (3,4%). Em quarto lugar, o frango passou de R$ 7,99 o quilo em março para R$ 8,36 em abril. Diversos fatores contribuíram para isso. Do lado da demanda, a alta de preço dos produtos substitutos, como a carne bovina, aliada à maior demanda externa pelo produto contribuíram para elevar o preço. Pelo lado da oferta, o aumento dos custos de produção principalmente pelo aumento do preço do milho e da soja foi o fator mais relevante para explicar a alta no valor do frango.

Preço do frango, bastante consumido pelas famílias, teve aumento de 4,7%. - FÁBIO ROGÉRIO (7/5/2021)
Preço do frango, bastante consumido pelas famílias, teve aumento de 4,7%. (crédito: FÁBIO ROGÉRIO (7/5/2021))

Em contrapartida, os produtos que apresentaram as maiores quedas em abril foram: o alho (-10,7%), o biscoito água e sal (-5,4%) a cebola (-5,0%), o sabão em barra (-27%) e a água sanitária (-1,3%).

Para o coordenador do Laboratório Ciências Sociais da Uniso, professor Renato Vaz Garcia, o aumento do preço da cesta básica em abril de 2021 (4,15%) foi no mesmo sentido do resultado medido pelo índice de inflação oficial (IPCA-15), que apresentou alta de 0,60%. “No entanto, os valores dos produtos de consumo básico que compõem a cesta básica ficaram em média muito mais caros que os bens e serviços em geral na economia. No acumulado do ano, tanto a cesta básica quanto o IPCA-15 apresentam alta de, respectivamente, 6,48% e 2,82%”, observa.

Nesta segunda parte da entrevista, Damián e Cristina da NZX falaram sobre o Global Dairy Seminar, um evento importante que ocorrerá em alguns dias em Cingapura, e sobre os novos mercados que impulsionarão a demanda por produtos lácteos nos próximos anos.

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