Presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen anunciou o acordo na conferência da ONU sobre o clima em Glasgow ao lado do Presidente dos EUA Joe Biden, que disse que o metano é responsável por grande parte do aquecimento global.
“O metano é um dos gases que podemos reduzir mais rapidamente”, disse von der Leyen, salientando que o metano é responsável por “cerca de 30%” do aquecimento global desde a revolução industrial. Este é o argumento que aqueles que culpam as actividades pecuárias por serem os principais emissores de gases com efeito de estufa estão a fazer.
Biden acrescentou que “reduzir as nossas emissões de metano o mais rapidamente possível é uma das coisas mais importantes que podemos fazer nesta década crítica” para cumprir o objectivo de evitar que as temperaturas globais aumentem mais de 1,5°C neste século.
Von der Leyen explicou que basicamente este acordo visa reduzir mais rapidamente as emissões de metano resultantes da indústria petrolífera e de gás. Mas reconheceu que a redução das emissões de metano provenientes da criação de gado, particularmente das exalações de ruminantes como vacas, ovelhas e cabras, é uma questão mais complicada.
Na sequência dos discursos de Biden e Von der Leyen, o Primeiro-Ministro canadiano Justin Trudeau prometeu que o Canadá reduziria as suas emissões de metano da indústria petrolífera e do gás em 75% até 2030.
Em Agosto passado, o Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC) da ONU afirmou que o metano foi responsável por quase metade da subida de temperatura de 1 grau Celsius que a Terra já sofreu.
Os Estados Unidos e a UE tinham anunciado este “Global Methane Pledge” em Setembro, com o objectivo de promover reduções adicionais deste gás com efeito de estufa para aqueles que se comprometeram no quadro do “Acordo de Paris”. Agora em Glasgow formalizaram-no com a assinatura de pelo menos 100 países, embora alguns meios de comunicação social falassem de 105 assinaturas.
O curioso na altura foi que, para além da UE-27 e dos EUA, o Reino Unido, Itália (que faz parte da UE-27), Iraque, Gana, Indonésia, México e Argentina também subscreveram a iniciativa.
A Argentina tornou-se o único país sul-americano a aderir à iniciativa, o que será um enorme desafio, especialmente tendo em conta que, de acordo com os critérios estabelecidos pelo Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC), uma molécula de metano (CH4) é equivalente a 28 moléculas de dióxido de carbono (CO2).
Agora, com o acordo formalizado, as potências por detrás acreditam que os benefícios de reduzir as emissões de metano em 30% poderiam ajudar a evitar até 0,3°C de aumento da temperatura global até 2040, algo que poderia ser decisivo para atingir a meta máxima de 1,5°C de aquecimento global para este século.
Contudo, grandes emissores como a Rússia, China e Índia não fazem parte da iniciativa, que é também voluntária e não vinculativa.