China – A China tem uma sede insaciável de leite. Na década de oitenta, o leite em pó apareceu nas lojas chinesas como um símbolo que projetava o país rumo ao futuro. O poder central, que adere à economia de mercado, abraçou a promessa capitalista de aumentar e difundir o nível de bem-estar material.
O fato de ter acesso ao consumo de produtos animais em todas as partes do país, principalmente o leite, é um dos sinais tangíveis do êxito desta opção de modelo econômico centralizado e capitalista.
Triplicar o consumo de leite e derivados na dieta chinesa, está entre os objetivos do décimo-terceiro plano quinquenal.
O objetivo de triplicar o consumo de leite e derivados na dieta da população da China, que é composta por 1,4 bilhão de habitantes, só mediante a conversão de pequenas granjas em grandes. Granjas industriais para fazer da China a “terra do leite”, com mudança, não apenas econômica, mas também social e ambiental.
Para atender à necessidade em infraestrutura e recursos naturais, o país também tem conseguido importantes aquisições de unidades de terra e produção no exterior, assim como um aumento das importações de leite e também de matérias primas para nutrição animal. A China já importa, por exemplo, quase 60% da soja comercializada em todo o mundo.
Todo esse desenvolvido produtivo tem consequências inevitáveis: se o consumo de lácteos aumentar, como se espera, as emissões de gases pelos animais na atmosfera aumentariam em 35% e a China deverá expandir as terras cultiváveis em 32%. E se todo esse leite for importado, ocuparia a superfície de dois países como a Irlanda.
É assim que essa rota láctea da China terá repercussões globais. Isto já está aparecendo na flutuação dos preços mundiais do leite e derivados, mas, se tornará mais evidente devido ao impacto no meio ambiente. A China, com todas as suas vias de transporte, fica cada vez mais perto, e em certo sentido, um movimento preocupante.
Site CLAL.it – Nos últimos 10 anos a China aumentou em 7 vezes as importações leite infantil