A mastite bovina é a enfermidade de maior importância nos rebanhos leiteiros de todo mundo. Dentre os prejuízos econômicos decorrentes desse problema, pode-se destacar a redução na produção e qualidade do leite

A mastite bovina é a enfermidade de maior importância nos rebanhos leiteiros de todo mundo. Dentre os prejuízos econômicos decorrentes desse problema, pode-se destacar a redução na produção e qualidade do leite, custos com diagnóstico e tratamento, redução da longevidade dos animais.

Mastite é caracterizada por uma inflamação da glândula mamária causada por bactérias (agentes mais importantes), fungos, leveduras e algas. Essa resposta inflamatória visa à destruição do microrganismo causador, a neutralização de toxinas e a regeneração dos tecidos danificados.

Sabe-se que existem aproximadamente 137 agentes que desencadeiam esse problema da glândula mamária. Segue abaixo os principais agentes identificados isolados por cultura microbiológica de animais com mastite.

Tabela 1. Agentes que podem ser isolados na cultura microbiológica de animais com mastite.

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Diante da importância econômica que a mastite representa para o produtor, a escolha de um protocolo de tratamento eficaz é essencial para rentabilidade das propriedades leiteiras.

A gentamicina é um dos principais antibióticos intramamários utilizados para o tratamento de mastite em vacas leiteiras durante a lactação. Esse grupo de antimicrobianos age inibindo a síntese proteica de agentes Gram-positivos e algumas espécies de Gram-negativos.

Recentemente o ciprofloxacino foi introduzido como alternativa para o tratamento intramamário da mastite em vacas. O mecanismo de ação dessas fluorquinolonas é caracterizado pela inibição da ação da enzima DNA-girase que impede a replicação do DNA bacteriano, levando a lise e ruptura das membranas celulares (AUCOIN, 1994).

Foi realizada uma análise para avaliar a eficiência da gentamicina e da ciprofloxacina os principais agentes envolvidos na mastite.

Tabela 2. Sensibilidade à gentamicina e à ciprofloxacina de agentes causadores de mastite.

mastite 2

Estudos recentes publicados no Congresso Mundial de Mastite (NMC) confirmam a alta eficiência da ciprofloxacina

Trabalhos recentes compararam a eficácia de dois protocolos de secagem comerciais (Martins CM, 2019). Foram utilizados:

  • 550 vacas da raça Holandesa – 2200 quartos mamários;
  • 7 rebanhos de alto controle sanitário;
  • 2 grupos experimentais

– Protocolo Ourofino: 882 quartos mamários.

– Protocolo Controle: 814 quartos mamários.

  • Protocolos de secagem utilizados:

– Protocolo Ourofino = Ciprolac Vaca Seca (Ciprofloxacina 400 mg) + Sellat (Subnitrato de Bismuto 4 g);

– Controle = Cefalônio 250 mg + Subnitrato de Bismuto 4 g.

  • Culturas microbiológicas foram realizadas na secagem, 7 e 14 dias após o parto.

 

RESULTADO

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Figura 1. Taxa de cura microbiológica de infecções intramamárias dos quartos tratados com os protocolos (Martins CM, 2019).

 

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Figura 2. Taxa de novas infecções pós-parto dos quartos tratados com os protocolos (Martins CM, 2019).

  • O protocolo com Ciprolac Vaca Seca e Sellat possui a mesma eficiência de cura microbiológica de infecções intramamárias subclínicas do que o cefalônio anidro e selante de tetos.
  • Animais tratados com Ciprolac Vaca Seca e Sellat apresentaram 35% menos novos casos de mastite nas duas primeiras semanas após o parto.

 

Segundo os estudos da literatura, a gentamicina e a ciprofloxacina mostram-se com antibióticos eficazes para o tratamento das mastites bovinas de origem bacteriana.

A vaca é um dos animais mais importantes na produção de alimentos, sendo responsável por um dos itens mais consumidos no mundo: o leite.

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