Técnicos do Projeto Campo Futuro, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), realizaram, nesta semana, levantamentos de custos de produção de soja, milho e pecuária leite na região Centro-Oeste.

Técnicos do Projeto Campo Futuro, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), realizaram, nesta semana, levantamentos de custos de produção de soja, milho e pecuária leite na região Centro-Oeste.

Os encontros virtuais são resultados das medidas de segurança adotadas pela CNA para evitar o contágio por Covid-19. Os paineis reuniram produtores rurais e representantes das federações de agricultura dos estados e dos sindicatos rurais.

Dourados (MS) – Na quinta (17), foram analisados os custos de soja e milho produzidos na safra 2019/2020, no município de Dourados (MS). Dados preliminares revelaram que, apesar de os produtores terem plantado a soja fora da janela ideal, em razão da estiagem, foram colhidas em média 53 sacas do grão por hectare.

De acordo com o assessor técnico da CNA, Thiago Rodrigues, o levantamento apontou que, para fechar todas as despesas referentes aos custos de produção, o produtor precisou, em média, de 38 sacas por hectare, graças a maior receita gerada pelo bom cenário de preços de comercialização.

“Os insumos foram responsáveis por 59% do Custo Operacional Efetivo (COE) de formação da lavoura de soja, com destaque para os custos com fertilizantes (24%), defensivos (24%) e sementes (10%)”.

Também em Dourados, foi realizado o painel de milho, cultura de segunda safra, onde os produtores informaram que um dos desafios da última safra foi a ocorrência de veranico entre os meses de abril e maio, período importante para o desenvolvimento da planta.

Apesar de a estiagem ter afetado o rendimento das lavouras, os dados apontaram que a propriedade típica da região colheu 90 sacas por hectare, conseguindo diluir os custos e cobrir o Custo Total da atividade.

Primavera do Leste (MT) – Ainda na quinta (17), os técnicos do Projeto Campo Futuro se reuniram virtualmente com produtores de soja e milho do município de Primavera do Leste (MT). No painel de soja, foi retratada a realidade produtiva de uma propriedade modal de 1.500 hectares de lavoura, com produtividade 5,5% maior do que a levantada no ano passado, devido ao bom regime pluviométrico.

De acordo com dados apresentados sobre a safra 2019/2020, o preço médio da soja aumentou 28% em relação à última safra e os insumos foram responsáveis pelo avanço de 10,8% do COE ante o levantamento de 2019. “A flutuação do dólar afetou os preços de insumos, que representou 64% do COE. Desse total, 25% foram gastos com fertilizantes, 25% com defensivos e 10% com sementes”, explicou Thiago Rodrigues.

Já o painel de milho 2ª safra revelou que o custo do produtor de Primavera do Leste foi 9% superior ao painel de 2019, atrelado à queda da produtividade, que limitou a margem da atividade. Entretanto, foram colhidas em média 102 sacas por hectare, com preço 31,9% maior do que o último levantamento do Projeto Campo Futuro.

Piranhas (GO) – O levantamento dos custos de produção da pecuária de leite foi realizado na sexta (18), no município de Piranhas (GO). Segundo a coleta de dados, a propriedade modal da região produz 90 litros de leite por dia, com uma média animal de 22 vacas em lactação.

O assessor técnico da CNA, Gabriel Oliveira, informou que a pecuária de corte exerce grande influência no sistema de produção da região, com a utilização de reprodutores zebuínos e a venda constante de bezerros, que representa 40% da receita da atividade.

Já o Custo Operacional Efetivo dessa propriedade é relativamente baixo, por possuir mão de obra familiar e baixo investimento em alimentação. “Entretanto, quando se analisa a margem líquida, observa-se que ela é negativa, uma vez que a baixa produção e principalmente a baixa produtividade por animal, de 4 litros ao dia, inviabiliza o pagamento dos custos de depreciação e da mão de obra familiar”, explicou Gabriel.

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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