O setor lácteo gaúcho espera que o reaquecimento de consumo e a reestabilização do mercado venham após o Carnaval e com a retomada do calendário escolar. A expectativa foi pontuada durante a manhã desta terça-feira (18/2) em reunião do Conseleite, realizada na sede da Fecoagro, em Porto Alegre, e coordenada pelo presidente Rodrigo Rizzo. O valor do leite projetado para o Rio Grande do Sul em fevereiro é de R$ 1,1464, 0,34% abaixo do consolidado de janeiro, que fechou em R$ 1,1503. Segundo o professor da UPF Marco Antônio Montoya a projeção para o ano é de dólar alto e isso deve favorecer a produção de leite em pó. “Esse produto deve agir como variável de estabilização de preços do mercado lácteo em 2020”, indicou. Segundo o vice-presidente do Conseleite e presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, o Rio Grande do Sul está entrando no tradicional período de entressafra, quando a captação tem redução. “Como acontece normalmente nos meses de verão, o consumo também se retrai. Mas esperamos que, nas próximas semanas, tenhamos um reequilíbrio com a volta às aulas”. Ele ainda indicou que 2020 também tem mudança com relação ao mercado externo, com a redução de 20,7% nas importações em janeiro em relação ao mesmo mês de 2019.
Um alerta realizado durante a reunião do Conseleite foi sobre a qualidade da silagem produzida nesse verão, uma vez que as lavouras de milho plantadas com esse fim foram atingidas pela estiagem. “Isso pode trazer impacto na produção mais lá na frente”, alertou Guerra. Um agravante citado por Guerra que impacta diretamente nesse mercado é o fato de o leite ser um produto utilizado como atrativo para o consumidor por meio de promoções.
Durante a reunião, o presidente do Conseleite conclamou que os pequenos laticínios também participem do levantamento que embasa a produção das estatísticas do Conseleite. O pedido foi feito diretamente ao novo presidente da Apil, Delcio Roque Giacomini, que ficou de levar o pleito a seus associados.