Cautela nas expectativas
Em relação ao mercado do leite e dos derivados, as expectativas são cautelosas. Com os preços mais elevados e menor poder de compra das famílias, o consumo não reagiu, o que tem provocado queda nos valores praticados no varejo.
“A demanda por lácteos não se recuperou como previsto e as negociações estão enfraquecidas desde a segunda quinzena de agosto. Com a matéria-prima mais cara e com dificuldades em realizar o repasse da alta no campo ao consumidor, as indústrias de laticínios têm intensificado a concorrência na venda de derivados. A pressão dos canais de distribuição tem resultado em desvalorização dos lácteos, prejudicando a capacidade de pagamento dos laticínios”, explicou Natália.
Uma nova valorização dos preços do leite também dependerá do impacto das importações do produto. “Além da demanda enfraquecida, o aumento das importações pode frear o movimento de valorização do leite ao produtor no próximo mês. Porém, tudo irá depender das condições climáticas e do volume de chuvas no período”.
De acordo com os dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária unidade Gado de Leite (Embrapa Gado de Leite), para o pagamento de outubro, os Conseleites divergiram nas indicações, mas com uma média sugerindo certa estabilidade no preço do leite. Para Minas Gerais a tendência é de alta de 1,3% na cotação do leite, no Rio Grande do Sul é esperada queda de 1,97%. Santa Catarina e Paraná devem ficar próximos de zero.
Regiões
Em Minas Gerais, foram registradas altas nos preços do leite na maioria das regiões pesquisadas. Somente na Zona da Mata houve recuo de 0,4%, com o litro de leite cotado, na média liquida, a R$ 2.26. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), o litro foi negociado a RS 2,36, variação positiva de 2,51% frente ao valor pago em agosto. No Sul/Sudoeste, a alta ficou em 1,09% e o pecuarista recebeu R$ 2,43 por litro negociado. Avanço também foi registrado na região do Rio Doce, 1,24%, com o litro cotado a R$ 2,26. No Triângulo/Alto Paranaiba o incremento foi de apenas 0,14% e a média encerrou setembro a R$ 2,46 por litro de leite.