Um dos grandes desafios para quem trabalha com a produção de leite no Brasil está em reduzir, ao máximo, as possibilidades de gerar infecções no gado leiteiro.
Conheça a diferença entre Mastite Clínica e Mastite Subclínica e como ela pode evitar perdas na produção de leite

E um dos principais males tem sido, sem dúvidas, a mastite bovina. A inflamação, que ocorre na glândula mamária do animal, pode ocorrer por diversos fatores, dentre elas por bactérias ou fungos.

Mas você sabia que a mastite bovina pode ser classificada em duas vertentes: a mastite clínica e a mastite subclínica?

Para o analista técnico comercial da Quimtia Brasil, empresa especializada na fabricação de insumos para nutrição animal, o médico veterinário Solano Alex Oldoni, embora ambas requeiram uma atenção redobrada dos produtores, é fundamental saber identificar principalmente quando o animal está com mastite subclínica.

Isso porque, de acordo com Solano, quando há a mastite subclínica o produtor não consegue ver os sintomas no animal, o que dificulta – e muito – a identificação da infecção. “Já no caso da mastite clínica, ela é evidente e visível, pois na hora da ordenha é possível ver que saem grumos ao invés de leite das tetas da vaca leiteira. Por conta disso, o produtor pode realizar um tratamento com antibióticos de forma imediata”, comenta.

O médico veterinário ressalta, que em casos de mastite subclínica, só é possível detectar a infecção, quando é feita uma análise do leite e que, consequentemente, é constatada uma quantidade excessiva de células somáticas, o principal sinal de alerta.

“Se um organismo precisa produzir muita célula de defesa, este mesmo organismo pode consumir muita energia do corpo. Ou seja, quando uma vaca leiteira desenvolve mastite, parte da energia que o animal precisaria para produzir o leite é transferida para a produção dessas células de defesa do organismo (células somáticas). E isso contribui para uma redução significativa do nível quantitativo de produção do leite”, afirma.

Mais efeitos negativos

Ainda para Solano, em média uma vaca leiteira produz uma quantidade que varia entre 20 a 30 litros de leite por dia. Entretanto, quando há a mastite subclínica, o produtor pode perder cerca de dois a três litros dessa produção por ordenha. “Um animal pode passar todo o período de lactação com a mastite subclínica e sem a percepção do produtor, se as células de defesa não conseguirem combater a doença. Então, imagine este cenário em um rebanho de 50 vacas e durante quase uma lactação inteira, por exemplo?”, argumenta.

Como prevenir danos com a mastite subclínica?

De acordo com Solano, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) constitui algumas regras, como uma quantidade máxima e aceitável de celular somáticas para casos de produção de leite, que envolve um número aproximado de 500 mil células somáticas por mililitros. Para o médico veterinário, como é uma doença aparentemente “invisível” aos olhos do produtor, é importante que eles [produtores] pratiquem ações diárias de prevenção.

“O ideal é que os produtores façam, antes de cada ordenha, um teste chamado CMT – California Mastite Test –, também conhecido como ‘Teste da Raquete’, que consiste em uma raquete quadrada, com quatro buracos, onde é colocado um pouco de leite de cada teto, acrescentando um reagente. Se formar uma espécie de gelatina, a vaca leiteira está com mastite subclínica”, recomenda. “São medidas simples que ajudam o produtor a estar ciente da qualidade do produto e, claro, evitar que um laticínio deixe de pegar o leite por estar fora do padrão”, finaliza.

Consumidores brasileiros têm se surpreendido com a alteração do nome do queijo nas embalagens. Essa mudança foi definida em um acordo entre União Europeia e Mercosul.

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