Depois de cinco anos de um longo processo, a produtora Marta Helena Tadim conquistou o que tanto sonhava para a sua queijaria, em Serro: o selo Arte. O reconhecimento e registro pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) é resultado de muito esforço e dedicação para colocar em prática as orientações que recebeu no Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) Agroindústria, oferecido pelo Sistema FAEMG/SENAR/INAES. Ela também alcançou outros avanços. Com o aumento de 24% na produção e do preço do queijo, devido à valorização do produto ao longo dos meses, a margem bruta apresentou crescimento de 842%, com fabricação de 38 queijos por dia.
Marta é filha de produtor rural e trocou a vida que construiu durante oito anos nos Estados Unidos pelo campo. Ela enfrentou desafios e recomeçou por volta de 2007, quando decidiu assumir o negócio rural, depois do divórcio. Hoje, no Sítio Coimbra, de 39,3 hectares, ela tem a ajuda do filho na ordenha e divide o tempo entre a fabricação e a administração.
“Deixo meu apelo a todas as mulheres guerreiras e produtoras rurais que não desistam. Tudo tem o tempo certo para acontecer, mas busquem apoio e suporte necessários para crescer na atividade. E é um ciclo: quando os resultados chegam, o ânimo é outro. Vamos sempre traçando novas prioridades”, aconselhou.
O conhecimento sobre boas práticas e qualidade do Leite, possibilitados pelos cursos do Sistema FAEMG/SENAR/INAES, mostraram que a empreendedora estava no caminho certo e deram mais embasamento para aprimorar o produto. “Fui conhecendo muita coisa com o apoio do Sistema. Tenho muito orgulho de dizer isso. Quando temos interesse, toda informação é válida e nos ajuda a enxergar as oportunidades lá na frente”.
O Selo Arte abre espaço para a produtora expor os produtos em cooperativas. A valorização dos queijos passa de R$16,00 para R$19,70 o quilo. Os produtos de Marta também estão disponíveis no Guia Virtual do Empório SENAR Minas, iniciativa do Sistema FAEMG/SENAR/INAE/SINDICATOS para divulgar os produtos mineiros.
Empenho – Marta valorizou cada visita do Programa ATeG. Eficiente na produção em um espaço relativamente pequeno e com vacas mestiças, o foco na gestão foi um dos diferenciais. “Ela é uma mulher espetacular com uma força de trabalho excepcional. Passávamos as instruções e, sempre que retornávamos, tudo estava cuidadosamente executado. Na queijaria, encontramos o fluxograma ordenado e boas práticas de fabricação. Pequenos detalhes a separavam do sonho. Depois dos ajustes, conseguimos o agendamento da equipe do IMA, que ficou convencida da qualidade da estrutura, implantação das Boas Práticas de Fabricação (BPF) e comprometimento da produtora com os fatores de segurança na produção. A regulamentação foi digna de merecimento,” destacou a técnica que a acompanha, Catarina Pena.