O queijo é um dos alimentos mais popular entre os brasileiros. Uma recente pesquisa desenvolvida pela Tetra Pak em parceria com a Lexis Research, apontou que 84% dos entrevistados no Brasil o consomem regularmente no café da manhã, além disso, 46% afirmaram ter aumentado a ingestão durante a pandemia. Esse hábito costuma ser repreendido por alguns profissionais de saúde devido à presença de gordura saturada no alimento, mas um estudo publicado na PLOS Medicine indica que o consumo moderado pode ser benéfico para a saúde do coração.
Publicado em setembro deste ano, o estudo analisou amostras de sangue de mais de quatro mil adultos na Suécia — país com um dos maiores índices de consumo de laticínios no mundo. Durante 16 anos, os pesquisadores acompanharam o grupo para detectar problemas de saúde relacionados ao coração, como ataques cardíacos, derrames e outros. As informações são do “Yahoo Life”.
Os participantes foram separados por categorias de idade, estilo de vida, hábitos alimentares e outros fatores de risco. A partir disso, foi possível destacar que aqueles com níveis mais elevados de biomarcadores de ingestão de gordura láctea tiveram um risco menor de doença cardiovascular em comparação com os demais.
Além dos resultados dessa pesquisa, os autores também examinaram as descobertas de outros 17 estudos envolvendo quase 43 mil pessoas nos Estados Unidos, Reino Unido e Dinamarca, e observaram que as evidências combinadas mostraram resultados semelhantes.
As conclusões dos outros estudos apontam que o tipo de laticínio consumido (queijo, iogurte, leite ou manteiga) pode ser mais importante do que o teor de gordura quando se trata de saúde. Por exemplo, a ingestão de queijo não aumentou o colesterol ruim (LDL), enquanto o consumo de manteiga foi associado ao índice elevado de mortalidade.
“Nosso estudo sugere que reduzir a gordura láctea ou cortar o consumo de laticínios pode não ser a melhor escolha para a saúde do coração. É importante lembrar que, embora esses alimentos possam ser ricos em gordura saturada, também são ricos em muitos outros nutrientes e podem fazer parte de uma dieta saudável. No entanto, outras gorduras, como as encontradas em frutos do mar, nozes e óleos vegetais podem ter maiores benefícios à saúde do que as gorduras lácteas”, explicou a autora principal da pesquisa, Kathy Trieu.
Mais estudos são necessários para entender como o queijo e os alimentos lácteos protegem a saúde cardiovascular, enfatizaram os autores. Apesar do benefício ao coração, destacado na pesquisa, o consumo de queijos deve ser moderado e, preferencialmente, acompanhado por um nutricionista. Segundo Madelyn Fernstrom, editora do NBC News Health and Nutrition, o objetivo é limitar, não eliminar toda a gordura saturada da dieta.