Todo produtor de leite do Brasil deve enviar uma amostra do seu trabalho à Rede Brasileira de Qualidade do Leite (RBQL), laboratórios que fazem parte do Programa Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite (PNMQL), idealizado pela Embrapa, em conjunto com outros centros de pesquisa. Um dos laboratórios é a Clínica do Leite, localizada na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), uma das poucas em um campus universitário. O PNMQL proporciona, por meio de uma série de medidas, dos testes à capacitação, uma melhora da mercadoria nacional, buscando competitividade com o produto externo.
Segundo Paulo Fernando Machado, professor da Esalq e criador da Clínica do Leite, a qualidade da produção não se eleva a partir do momento em que o produto sai da fazenda. O animal é o responsável pela qualidade do leite, então bom pasto, confinamento, boa saúde e genética. Por fim, a higiene da ordenha, a época do ano e o resfriamento do leite cru também são cruciais. Os testes, porém, são feitos quando o leite sai da fazenda.
Para o fazendeiro, os resultados indicam o bom ou mau funcionamento de seus processos produtivos. Assim avalia seu equipamento, os cuidados quanto à higiene, à nutrição de seu rebanho, e os adapta em busca de melhores resultados. Já à indústria, os testes apontam o melhor uso daquele leite. Se deve virar iogurte, queijo, ou se nem mesmo precisa passar por processos mais complicados e ser vendido simplesmente como leite.
Esse avanço de qualidade, efetividade e produtividade é crucial para que o Brasil consiga concorrer com países como Argentina, Uruguai e Estados Unidos. O leite nacional é importado, sobretudo, a países deficitários na produção alimentícia, como Venezuela e países do Oriente Médio. Fora que possui balança comercial, ou seja, parte da mercadoria consumida em território nacional é proveniente de outros países.