Na cimeira do clima (COP 27), a decorrer no Egipto, Lula da Silva fez hoje um discurso muito esperado.
COP 27
Lula da Silva, presidente eleito do Brasil discursou esta tarde na COP 27, que decorre em Sharm el Sheikh, Egipto. AP - Eraldo Peres

O presidente eleito do Brasil propôs que a conferência do clima, programada para 2025, aconteça na Amazónia brasileira. A proposta vai ser apresentada ao secretário-geral da ONU, António Guterres. Lula prometeu que o Brasil ia fazer o seu retorno à linha da frente na luta mundial contra as mudanças climáticas.

No final desta quarta-feira, 16 de Novembro de 2022, Luiz Inácio Lula da Silva, presidente eleito do Brasil discursou na COP 27 que decorre em Sharm el Sheikh, Egipto.

Lula agradeceu a oportunidade para marcar presença “no berço da civilização”, mostrou-se honrado com o convite que diz ter sido “dirigido ao seu país”: “é o reconhecimento de que o mundo tem pressa de ver o Brasil participando novamente nas discussões sobre o futuro do planeta e de todos os seres que nele habitam.

O presidente eleito do Brasil criticou os milhões gastos em guerras, alertou para as múltiplas crises actuais que afectam o planeta, com as crescentes tensões geopolíticas ou o risco da guerra nuclear, além da crise energética e alimentar e o aumento das desigualdades.

Todos os dias, em todo o mundo, “900 milhões de pessoas não têm o que comer”, sublinhou e acrescentou que a humanidade vive “tempos difíceis. Mas foi nos tempos difíceis e de crise que a humanidade sempre encontrou forças para enfrentar e superar desafios.

O chefe de estado eleito do Brasil diz que chegou o momento dos “acordos já finalizados saírem do papel.

Estou hoje aqui para dizer que o Brasil está pronto para se juntar novamente aos esforços para a construção de um planeta mais saudável, de um mundo mais justo, capaz de acolher com dignidade a totalidade de todos os habitantes, e não apenas uma minoria privilegiada. O Brasil acaba de passar por uma das eleições mais decisivas de sua história, uma eleição observada com atenção inédita pelos demais países. Primeiro porque ela poderia ajudar a conter o avanço da extrema-direita autoritária e antidemocrática e do negacionismo climático no mundo. E, também, porque no resultado da eleição no Brasil dependia não apenas a paz e o bem-estar do povo brasileiro, mas também a sobrevivência da Amazónia e portanto a sobrevivência do nosso planeta.

No púlpito da Cimeira do Clima, Lula da Silva ressalvou que “o mundo de hoje não é o mesmo de 1945. É preciso incluir mais países no Conselho de Segurança da ONU e acabar com o privilégio do veto, hoje restrito a alguns poucos, para a efectiva promoção do equilíbrio e da paz.

O Presidente eleito enfatizou que “ninguém está a salvo” e deu exemplo das consequências das alterações climáticos nas diversas partes do mundo, lembrando que o Brasil viveu em “2021 a maior seca em 90 anos. (…) Apesar de ser o continente com a menor taxa de emissão de gases do efeito estufa do planeta, África também vem sofrendo eventos climáticos extremos. Enchentes e secas no Chade, Nigéria, Madagáscar e parte da Somália. Elevação do nível [da água] dos mares, que num futuro próximo será catastrófica para as dezenas de milhões de egípcios que vivem no Delta do rio Nilo. Repito: ninguém está a salvo. A emergência climática afecta a todos, embora seus efeitos recaiam com maior intensidade sobre os mais vulneráveis.

Em Sharm el Sheikh, Lula ofereceu ainda “o Brasil para sediar a COP 30, em 2025.

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A relação entre segurança alimentar e negócios tem ganhado força, já que um descompasso do lado da oferta afeta negativamente a demanda.

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