No último Global Dairy Top 20 do Rabobank, duas empresas chinesas ocuparam a 8ª e a 10ª posição no ranking, disputando espaço com as tradicionais ocidentais, Nestlé, Lactalis, Danone e Fonterra. Em 2010, a Mengniu estava na 16ª colocação, e a Yili na 17ª. Grande desempenho em uma área de tanta concorrência, onde gigantes como a Parmalat e Land O’Lakes ficaram pelo caminho, ou a própria Dean Foods que pediu falência nesta semana.
A China incentivou a modernização não só do setor industrial, mas, também a produção primária. E, hoje, os rebanhos são confinados em galpões, e o tamanho do produtor é medido pelo número de coberturas. As indústrias procuram administrar as fazendas fornecedoras do seu leite, para garantir qualidade, principalmente, depois dos escândalos da melamina, em 2008, quando bebês começaram a ser internados com problemas renais, e pouco tempo depois milhares deles, muitos em estado grave, morreram ou adquiriram danos permanentes. Esse escândalo foi um golpe para a indústria laticinista, que passou a ser vista com desconfiança pelos consumidores chineses.
O governo estabeleceu normas mais rígidas de controle para a cadeia láctea, e punições severas a quem atentasse contra a saúde pública. Por isso é admirável essa determinação de recuperar um setor arrasado.
Hoje a tendência é de terem mega-fazendas, apesar das críticas de ambientalistas, como a da Modern Farming, onde os parâmetros de produção e qualidade são competitivos ao nível mundial. A produção animal no pico de lactação das vacas fica entre 50 e 60 litros de leite. A média diária é de 32,5 litros/dia/animal. A automação está presente não apenas na ordenha e embalagem do leite, mas, também na distribuição de forrageiras para os animais.
O controle da acidez é feito diariamente, e o pH varia entre 6,4 e 6,8. Há testes diários também sobre a presença de metais pesados.
A composição média do leite é de 3,4% de matéria gorda, e 3,12% de proteína.
Tanta dedicação se justifica, e vem sendo respondida com o aumento do consumo e aumento da confiança dos chineses em sua própria indústria. O consumo aumentou de 8,8 litros per capita/ano em 2005, para 20,3 litros per capita/ano, em 2017.