O Rio Grande do Sul é o terceiro maior produtor de leite no Brasil, depois de Minas Gerais e Paraná.
No entanto, no estado, cresceu o número de famílias que largaram a atividade nos últimos anos.
De acordo com a Emater-RS, em 2015, eram mais de 85 mil produtores. Atualmente, são apenas 40 mil.
A família Reichert, de Rolante, no leste do Rio Grande do Sul, está na atividade leiteira há mais de 20 anos. Durante todo esse tempo, foram altos e baixos.
Em alguns momentos, quase desistiram de tudo por causa da baixa rentabilidade.
“Muitos produtores deixam a atividade todos os anos. E eles saem pela falta de garantia de renda. Eles não conseguem fazer um planejamento. Com as intempéries da natureza e do mercado, eles não conseguem administrar e acabam desistindo e indo para outras atividades onde o risco é menor, mais seguro. E o jovem não quer ficar porque o leite é 365 dias no ano”, diz o produtor de leite Olester Reichert.
Na propriedade da família Reichert, são mais de 60 vacas em lactação, com uma produção média de 1.800 litros por dia.
A melhora na situação só veio com investimento. A nova sala de ordenha e o galpão custaram R$ 500 mil, mas valeu a pena.
As vacas ganharam mais conforto e saúde e a produção aumentou.
“A gente tem que estar sempre investindo e aprimorando para diminuir a mão-de-obra, que está bastante escassa hoje em dia”, diz a produtora Andréia Reichert.
Segundo dados da Emater-RS, em 2019, 40% das famílias desistiram da atividade leiteira e o número de cabeças produtivas de leite diminuiu 20,8%.
Os produtores mais afetados são os que produzem no máximo 50 litros por dia. A representatividade desse perfil caiu de 23% em 2015 para 8% no ano passado.
A produção de leite no Rio Grande do Sul está presente em 94% dos municípios.
A média de produção evoluiu. Em 2004, eram 2,36 milhões de litros e em 2020 foram 4,29 milhões, uma alta de 81%.
Mesmo com a valorização do preço do leite, os produtores do Rio Grande Sul não têm poder para competir com produtores de outros estados.
De acordo com o Sindicato da Indústria de Lacticínios do Rio Grande do Sul, o Sindilat, estados como Minas Gerais, São Paulo e Paraná têm políticas para a atividade como incentivo a venda externa e barreiras para o leite que vem de fora.
“Para que nós possamos manter os 100% dos créditos de incentivo à produção precisamos comprar todos os insumos dentro do estado. E o estado não tem embalagens. E isso acaba provocando uma perda competitiva”, diz o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini.
Segundo o Sindilat, o leite no atacado valorizou 100% de janeiro a julho deste ano. E para o produtor está na casa dos R$ 3 reais o litro.
Para a família Reichert o equilíbrio para se manter é produzir grande parte do alimento para as vacas é se planejar para os momentos de baixa na atividade.
“A ideia é ficar. A gente se preparou para isso e vem se organizando exatamente para ocupar essa brecha, onde talvez os grandes não querem ir por causa da questão de mão-de-obra e tudo mais, talvez seja o nosso espaço de continuar vivo na atividade”, diz Andreia Reichert.
A técnica agrícola Gabriele Rodrigues, que atende mais de 200 produtores ligados a uma cooperativa, aconselha a levar em consideração o perfil de propriedade, produção e o balanço entre dificuldades e potencialidades para não sair da atividade leiteira. “Quem produz como há 30 anos tem grande chance de ter que abandonar. O investimento em estrutura para melhorar o trabalho e driblar a falta de mão-de-obra é fundamental”, explica.
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