A escolha da semente, o cultivo e o ponto de colheita vão influenciar diretamente o valor nutritivo do alimento a ser oferecido para o gado.

No município de Palmas, na região de Pato Branco, os produtores estão fazendo o plantio de milho para a produção de silagem. Eles sabem que a qualidade depende de cuidados que começam agora. A escolha da semente, o cultivo e o ponto de colheita vão influenciar diretamente o valor nutritivo do alimento a ser oferecido para o gado.

Para conseguir os resultados desejados muitos produtores procuram orientações com os extensionistas do Instituto Emater. A atenção está voltada ao plantio, com a escolha dos híbridos adequados – bom percentual de grãos – correção e adubação do solo para garantir boa produtividade.

De acordo com Lucas Fernando dos Santos, do Instituto Emater de Palmas, neste ano aumentou significativamente o número de produtores que buscam informações sobre ensilagem. Ele acredita que essa mudança de comportamento é reflexo do 1º Torneio de Silagem de Milho, realizado em julho desse ano. A iniciativa fez parte das ações do Projeto Leite Sudoeste Emater.

Na ocasião, 25 participantes apresentaram amostras de silagem que foram coletadas e enviadas a um laboratório especializado. O material foi julgado quanto à sua qualidade, levando-se em conta a composição nutricional, o processamento dos grãos de milho e o tamanho de partículas.

Os dados obtidos no torneio despertaram o interesse de muitos produtores do Sudoeste do Paraná e de outras regiões. Mesmo quem tradicionalmente fazia a silagem não tinha ideia do seu real valor nutricional. O torneio chamou a atenção para o assunto e até se transformou em um trabalho científico apresentado por Lucas Santos na Reunião Técnica Sul-Brasileira de Pesquisa de Milho e Sorgo (Misosul 2019), em agosto deste ano. (Para conferir o trabalho acesse AQUI).

EM BUSCA DA QUALIDADE – O extensionista explicou que a ensilagem de milho é a principal alternativa que os criadores de gado têm encontrado para alimentar o rebanho, sobretudo na época de escassez de pastagens. Segundo ele, o milho apresenta um bom rendimento de matéria verde, tem alta qualidade de fermentação e um bom valor nutritivo.

“A ensilagem é um processo de conservação da planta com a eliminação do oxigênio. Para conseguir boa ensilagem é necessário aplicar corretamente as técnicas de produção e conservação, caso contrário, pode haver perdas em relação ao valor nutritivo, além de ocorrer o apodrecimento e até mesmo a produção de toxinas fúngicas no material”, explicou Santos.

Os cuidados não terminam no plantio. Os produtores assistidos pelos extensionistas serão informados sobre o momento mais indicado para a ensilagem. “Quando a matéria seca da planta estiver em aproximadamente um terço está no ponto para se fazer a ensilagem. Colher o milho no ponto ideal traz ótimas condições de compactação, boas características para consumo, redução das perdas no armazenamento, facilidade de corte e partículas mais uniformes”, ressaltou Santos.

O extensionista ainda destaca outros detalhes como o tamanho das partículas obtidas, a compactação e vedação do silo. “Durante a colheita é preciso realizar a manutenção e a afiação das facas e contrafacas da ensiladeira. Assim, é possível garantir um bom tamanho de partículas, de 0,5 a 2,0 centímetros. Com o silo cheio é preciso fazer uma boa compactação e vedação” explicou Santos.

O capricho nessa hora resulta em maior tempo de armazenamento do alimento, redução de perdas por apodrecimento, diminuição de custos e bons valores nutricionais. Quando a ensilagem estiver pronta, e o produtor precisar ou desejar usá-la, o extensionista orienta a retirada de uma fatia mínima de 20 centímetros. “O ideal é não deixar buracos, o que evita que a silagem estrague”, orienta Santos.

Ele reforça que a dedicação do produtor, desde o plantio até o consumo da silagem, faz com que o gado continue produzindo leite e carne, mesmo com pouco pasto. O resultado do empenho dos produtores de Palmas será avaliado no próximo ano no 2° Torneio de Silagem de Milho.

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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