A Embrapa e o Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (Inta), da Argentina, acabam de assinar o termo aditivo ao memorando de entendimento (MoU) para novas parcerias em diferentes áreas da pesquisa.

A Embrapa e o Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (Inta), da Argentina, acabam de assinar o termo aditivo ao memorando de entendimento (MoU) para novas parcerias em diferentes áreas da pesquisa. A cooperação entre as duas instituições inclui projetos em biotecnologia, controle biológico, engenharia genética, inteligência estratégica e prospectiva, melhoramento animal e vegetal, entre outros tipos de inovação para a atividade agrícola. O acordo terá validade de cinco anos.

“As possibilidades de trabalho conjunto e interesse comum são muitas, mas sem dúvida as em sanidades animal e vegetal estão na pauta das prioridades, porque representam uma questão de segurança agropecuária para os dois países vizinhos”, disse a gerente de Relações Estratégicas Internacionais (Grei/Sire) da Embrapa, Eliana Covolan, que foi adida agrícola na Embaixada do Brasil em Buenos Aires e contribuiu para o fortalecimento da parceria.

O Inta, assim como a Embrapa, está entre as maiores instituições de pesquisa agropecuária da América do Sul e é um tradicional parceiro do Brasil. Além da área de pesquisa, o aditivo abre a perspectiva de associação com o Inta em uma produção especial voltada ao produtor rural a partir do modelo do programa de rádio da Embrapa, o Prosa Rural, em que os resultados da pesquisa são apresentados de forma simples e direta para quem trabalha no campo.

Para o pesquisador Flábio Araújo, da Embrapa Gado de Corte, a parceria entre as instituições tem sido promissora e pode trazer mais resultados significativos. “Recentemente, pesquisadores do Inta e da Embrapa publicaram um trabalho sobre sequenciamento e análise de genomas e outro sobre vacinas da babesiose bovina, causada pelos protozoários Babesia bovis e B. bigemina, responsável por perdas no rebanho”, disse.

Araújo destacou ainda o projeto de análise de genomas para identificação de genes de resistência em isolados e o desenvolvimento de kits de diagnóstico molecular da tuberculose bovina, que teve início há cerca de dez anos e se estendeu para análise genômica de isolados da Argentina e do Brasil de Mycobacterium bovis, responsável pela transmissão da tuberculose bovina. “Temos uma produção científica muito boa”, completou, ao lembrar a participação das instituições no edital de marketplace que resultou em cursos de capacitação no Paraguai, dos quais Embrapa e Inta foram os instrutores do conteúdo científico.

Cooperação histórica

Em 2010, a parceria entre Embrapa e Inta deu início a uma nova estratégia de cooperação, com a assinatura de um memorando de entendimento e o compromisso de aporte de recursos para composição de uma plataforma conjunta de projetos. Das 49 pré-propostas, 8 foram selecionadas e beneficiaram pesquisas em sete UDs (Embrapa Agroenergia, Embrapa Caprinos e Ovinos, Embrapa Agrobiologia, Embrapa Trigo, Embrapa Meio Ambiente, Embrapa Gado de Leite e Embrapa Gado de Corte).

Entre 2007 e 2020, Inta e Embrapa desenvolveram 15 projetos conjuntos, além dos 8 que já haviam sido selecionados, totalizando 21 relacionados às áreas de:

-Biotecnologia – Genômica funcional para tolerância a estresses bióticos e abióticos (seca);

-Sanidade Animal – Tuberculose bovina: desenvolvimento de técnicas de diagnóstico;

-Sanidade vegetal – pragas quarentenárias;

-Mudança climática e desenvolvimento de estratégias para manejo integrado;

-Pecuária leiteira – Tecnologia e inovação para melhoria da qualidade do leite e derivados e laticínios funcionais obtidos por vias naturais, entre outros;

-Agroenergia/Bioenergia – Transformação de materiais lignocelulósicos;

-Criação/fortalecimento/monitoramento de fluxos/canais comunicação/interação;

-Agricultura familiar – Desenvolvimentos metodológicos e tecnológicos;

-Melhoramento genético de espécies vegetais, animais e de microrganismos;

-Desenvolvimento de cultivares de forrageiras tropicais para diversificação/sustentabilidade.

As instituições brasileira e argentina também mantêm parcerias no âmbito do Programa Cooperativo para o Desenvolvimento Tecnológico Agropecuário do Cone Sul (Procisul). Esta é uma plataforma de projetos criada em 1980, que reúne institutos de pesquisa da Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai, Chile e Bolívia, sob a coordenação do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

 

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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