Empresa incubada no Tecnovates e liderada por mulheres trabalha no desenvolvimento do 1º fermento nacional para queijos coloniais.
Cientista e empreendedora, Marcela Mendes Salazar Mingireanov é uma das sócias e CEO da Fermenta Biotecnologia. A empresa, incubada no Tecnovates, em Lajeado, desde 2020, atua no desenvolvimento de soluções biotecnológicas para atender o mercado de alimentos, em especial o setor de lácteos. Atualmente, seu foco está em desenvolver o primeiro fermento nacional para a produção de queijos coloniais.
“Não existe hoje um fermento para queijo. A gente está desenvolvendo o primeiro fermento para queijo colonial do Brasil. Hoje, o produto usa outros fermentos que foram desenvolvidos no exterior”, explicou Marcela em entrevista no Papos de Mulher deste sábado (15), com Aline Silva. “A gente identificou que 100% dos fermentos usados para queijos são importados, e a gente falou: ‘Por que não fazer um fermento 100% brasileiro?’”, conta.
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Com a ideia inovadora para suprir uma lacuna do mercado, a Fermenta Biotecnologia busca estar ao lado de micro e pequenos empreendedores, com suas agroindústrias ou então produção artesanal caseira.
“A gente tem preços bem legais justamente para incentivar esse cliente que produz em casa”, ressalta Marcela. Conforme ela, o propósito é facilitar processos para produtos de valor agregado.
Perfil
Goiana de nascimento, Marcela é bióloga, mestre e doutora em Genética e Biologia Molecular. Ela se descreve como inquieta e curiosa.
“Ser cientista é ter essa inquietação pela busca do conhecimento, por entender, por formular uma hipótese, por não aceitar aquela frase ‘se não foi feito por ninguém, não pode ser feito’”, descreve. “Ser cientista é trabalhar com o desconhecido, com os desafios, formulando hipóteses, gerando cada vez mais conhecimento”, complementa.
O passo seguinte da carreira acadêmica e laboratorial foi o empreendedorismo. “Quando eu conheci o Tecnovates, aquilo me acendeu um clique: ‘Por que não criar a minha própria empresa e utilizar aquela estrutura e facilidades que tem na Univates?’. Foi aí que eu comecei a me aprofundar no empreendedorismo”, explica. “E hoje, dentro do empreendedorismo, eu consigo aplicar aquilo que eu sonhei lá com 7 anos. Hoje, eu sou cientista e empreendedora”, valoriza.
Ela reconhece que, em função de seus compromissos administrativos, empresariais e processuais acadêmicos, pouco usa jaleco no dia a dia, “apesar de gostar muito da parte laboratorial”. “Mas eu tenho um time maravilhoso, todo formado por mulheres”, enaltece em relação ao trabalho de campo.
Saiba mais
Ser a primeira empresa do Brasil a produzir fermentos lácteos é o propósito da Fermenta Biotecnologia. A empresa foi a vencedora do Edital Acelera 3.0 e recebeu o investimento de R$ 5 mil para ser aplicado no desenvolvimento do seu projeto. O resultado foi conhecido no dia 22 de janeiro deste ano. Ao todo, 14 empresas participaram desta terceira edição, em Lajeado. Onze passaram por um processo de mentoria durante quatro meses.